“Eu não tenho nenhum problema de desfazer a Petrobras”, diz Serra
A oposição golpista vai escancarando a sua verdadeira face. Como já havia insinuado em outras entrevistas, o senador tucano José Serra (PSDB-SP) agora abre o jogo em entrevista ao programa Poder e Política do UOL e afirma que é necessário que uma parte da Petrobras – certamente a parte que explora o pré-sal – seja entregue para o capital privado.
Publicado 27/02/2015 10:55
Segundo ele, as investigações da Operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobras, criou as condições para que empresa seja “enxugada”. “A Petrobras deveria ser dividida em empresas autônomas [e] uma holding. Aí, [em] cada caso, ou você vende, ou você abre o capital”, disse Serra.
Como se houvesse dúvidas de seu entreguismo, ele ressalta: “Eu não teria nenhum problema de desfazer, ou conceder, ou associar a Petrobras em áreas diversas, que ela não tem que estar”.
Sabendo que o povo é contrário a privatização da estatal, que é uma das maiores empresas do mundo, Serra afirma que a empresa deve manter a função básica que é “prospecção, extração e produção de petróleo”.
Mas quando questionado sobre quanto tempo esse núcleo deve “ser preservado” no âmbito do Estado, ele afirma: “Pelo menos no horizonte de tempo das nossas gerações”. O tempo das gerações de Serra e dos tucanos o povo brasileiro conhece bem e sabe que é bem curto.
Ponta do iceberg
Em seguida diz ser a favor de “abrir para mais produção, sob controle”, no sistema de concessões para grupos privados. Essa proposta é apenas a ponta do iceberg de Serra, que anunciou durante a entrevista que está preparando um estudo de todas as áreas de atuação da estatal para apresentar, “daqui um mês mais ou menos, uma proposta a respeito dos rumos da Petrobras”.
Mas quando se trata de seu ninho tucano, Serra diz que não há erro da parte de seus correligionários. Indagado a falar sobre a crise de falta de água em São Paulo, o tucano afirmou que “não houve erro de planejamento”. “O fator determinante é a falta de chuva, não tem conversa”, disse ele.
Golpismo
Questionado sobre a proposta aventada por lideranças de seu partido e aliados de um impeachment por meio da judicialização da política, Serra diz que o “debate existe”.
No entanto, afirma que as condições políticas e jurídicas para isso não existem, diferente do que houve durante o governo Collor. “O Collor tinha um partido pequeno, tinha menos sustentação no Congresso. E houve envolvimento até pessoal e familiar nos esquemas de corrupção da época, com muita visibilidade”, comparou Serra. Questionado se a situação era a mesma em relação à presidenta Dilma ele disse: “Não, não existe”.
Apesar disso, Serra apoia a campanha de instabilidade para tentar impedir que Dilma exerça seu legítimo mandato criando um clima de ingovernabilidade. Disse que pensa em participar da manifestação de convocada pelos oposição para pedir o impeachment. “Talvez. Não sei. Vou ver como as circunstâncias se colocam na época”, afirmou.
Da redação do Portal Vermelho, com informações de agências