Testemunha ouvida pela PF confirma corrupção na Petrobras desde FHC
Uma testemunha ouvida pela Polícia Federal nas investigações da Operação Lava Jato confirmou a informção de que os desvios na licitações ocorriam no período do goveno de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.
Publicado 25/02/2015 09:54
“Órgãos fiscalizadores como a CGU [Controladoria Geral da União] e o TCU costumavam indicar sobrepreço nas tabelas da Petrobras, na comparação com referenciais utilizados pelo Dnit, entre outros; que isto na época em que o depoente trabalhou nas licitações da Petrobras, entre 1988 e 2002", relatou o engenheiro Ronaldo Ramos, que foi membro de comissões de licitações para ampliação da Refinaria de Paulínia (Replan).
Em entrevista ao Valor, Ramos disse que nesse período eram comuns embates de preços entre a Petrobras e o TCU: “Tive a oportunidade de ver que os valores (dos contratos) estavam muito acima da média de mercado”. O engenheiro foi admitido na Replan em 1974, aposentou-se em 2002 e trabalhou em empresas que prestavam serviços terceirizados para a Petrobras até junho de 2013.
“Eu comecei a trabalhar mais com licitações a partir de 1988. E isso de sobrepreço já era conhecido. Isso é mais velho que o ‘vento sul’”, disse o engenheiro.
De acordo com a reportagem, Ramos afirma que desde o fim da década de 1980 a Petrobras utilizava parâmetros do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) para avaliar preços propostos pelas empresas candidatas aos contratos. O DNER foi extinto por decreto em 2001, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, após escândalo de corrupção envolvendo precatórios. E, posteriormente, o DNER foi substituído pelo Dnit.
De acordo com ele, desde aquele período quando havia algum questionamento do TCU com relação às propostas a referência era a tabela da autarquia vinculada ao Ministério dos Transportes e os contratos sempre estavam acima da média de mercado.
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Fonte: Valor Econômico