Jô Moraes lamenta interferência na eleição da bancada feminina
A coordenadora da bancada feminina, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), lamenta a decisão do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de interferir na eleição da nova coordenadora da bancada. A eleição havia sido marcada para a próxima quarta-feira (11) e foi adiada por Cunha.
Publicado 06/02/2015 16:37
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“O presidente Eduardo Cunha me informou que já que há um vazio na formatação do regimento (da coordenação), (a eleição) deveria seguir o formato da Mesa Diretora”, disse a deputada, explicando que, com essa nova metodologia, a nova coordenadora da bancada feminina será escolhida não pelas mulheres, mas pelos acordos feitos dentro de cada bloco partidário, sendo o maior bloco aquele que apoiou a candidatura de Eduardo Cunha à Presidência da Casa.
Segundo Jô Moraes, durante as duas reuniões realizadas pela bancada no processo preparatório das eleições, as mulheres tinham discutido duas alternativas. A primeira proposta é que se indicasse os nomes para composição com base no número de mulheres em cada bancada partidária, o que valorizaria os partidos que se esforçaram em eleger mais mulheres.
A segunda era baseada nos blocos partidários, mas ainda se discutia a possibilidade de admitir os mesmo blocos partidários formados para a eleição da Mesa Diretora ou a formação de novos blocos.
Ao manifestar preocupação com a interferência da Presidência da Casa na escolha da coordenadora da bancada feminina – o que não havia ocorrido até então -, a deputada Jô Moraes destaca ainda que a escolha não seguirá o entendimento entre as mulheres, mas entre os blocos partidários.
Ela lembrou que 11 dos 28 partidos que compõem a Câmara dos Deputados nessa nova legislatura não elegeram nenhum mulher e, pelo nova sistemática da escolha da coordenadora, participarão da eleição com poder de interferir.
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Bancada Feminina 2015 dá boas vindas às novas deputadas. Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara |
Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier