Maduro aumenta salário e promete renovação econômica na Venezuela

O presidente Nicolás Maduro, afirmou que 2015 será um ano de renovação econômica na Venezuela. Ele falou no Parlamento, durante a sessão anual de apresentação de "memória e contas", nesta quarta-feira (21). Maduro alegou que "tem havido um ataque, uma inflação induzida" no país e, para combater a “guerra econômica”, anunciou que há um plano a ser implantado e pediu esforço conjunto dos venezuelanos.

Nicolás Maduro, Venezuela - EFE

“Será um ano de desafios e necessitamos do esforço conjunto de todos os venezuelanos para enfrentá-los”, disse o presidente. Maduro pediu que o povo confie nas políticas do governo
Maduro insiste que há uma “guerra econômica”, induzida pela oposição. No início deste ano, grupos de direita tentaram criar uma situação de caos no país ao difundir rumores sobre o desabastecimento geral e chegaram a cogitar um golpe de Estado. Na ocasião, 18 milhões de pessoas realizaram compras em uma quantidade muito superior ao normal.

Dentre as medidas anunciadas, já nesta quinta-feira (22), o governo venezuelano inicia uma revisão das redes de distribuição com a finalidade de identificar se estão ocultando alimentos e produtos de primeira necessidade. Maduro falou ainda que pretende criar uma equipe especial formada por economistas nacionais e estrangeiros que possam analisar a situação e propor soluções para a Venezuela.

Política internacional

Segundo o mandatário bolivariano, existem fatores externos influenciando a conjuntura nacional e citou como exemplo a baixa qualificação que empresas financeiras dão ao país. Maduro indicou que seu governo irá impulsionar ações para atrair investimento estrangeiro, substituir importações e gerar novas fontes de divisas, como parte da prioridade da política econômica externa.

Petróleo

Em seu discurso, o presidente da Venezuela agradeceu publicamente a Organização e Países Exportadores de Petróleo (Opep) pelo respaldo na busca de um consenso para estabilizar o mercado de hidrocarbonetos. “O preço da gasolina venezuelana é o mais baixo de todo o mundo”, indicou ele.

"É um preço que não cobre praticamente nada (…) pagamos para que deitem (gasolina) nos tanques dos carros mas, nem cobre o mínimo", disse, lembrando que o aumento do preço do combustível é um tema delicado que não permite tomar decisões aceleradas.

O presidente admitiu que os preços internacionais do petróleo "não vão voltar aos 100 dólares por barril" e pediu que seja discutido um eventual aumento do preço da gasolina, que é atualmente 0,012 euros o litro na Venezuela.

Resultados positivos

Maduro destacou alguns resultados positivos de sua gestão, como a redução das desigualdades e o aumento do investimento social. O chefe de Estado anunciou também que vai aumentar 15% a partir de fevereiro, reajuste que será aplicado também às pensões.

"No ano passado, fizemos três aumentos, com o subsídio de alimentação incluído. Este ano, vamos começar com um primeiro aumento, a partir de 1º de fevereiro, de 15% do salário mínimo dos trabalhadores venezuelanos e de todas as pensões", disse.

Com o novo aumento, os venezuelanos vão passar a receber mensalmente 5.633,97 bolívares, que equivalem a 770 euros, no país onde vigoram três taxas de câmbio oficiais, 6,30, 12 e 52,1 bolívares por cada dólar norte-americano, aplicadas a alimentos e importações prioritárias, turismo e outras importações, respectivamente, e onde um café custa 40 bolívares (5,47 euros).

Maduro anunciou que o seu governo continuará a usar um sistema de controle cambial de "três mercados" (três taxas), mantendo a taxa preferencial de 6,30 bolívares para a importação de alimentos, um "sistema de leilões" que unificará as outras duas taxas atuais e um novo sistema de casas de câmbio, do qual participará o setor privado.

Luta contra a desestabilização

Segundo sondagem da pesquisadora Hinterlaces, a situação da Venezuela obedece a um plano opositor de “neurose socioemocional”, com atividades subversivas encobertas. Segundo o presidente desta empresa, Oscar Schemel, as estratégias empregadas na “campanha de desestabilização social” apontam para o caos da sociedade, a partir da acumulação de angústias e temores que provoquem respostas violentas.

"Apesar das repetidas tentativas de desestabilizar a direita, a justiça política, econômica e social do modelo revolução venezuelana tem amplo apoio popular", acrescentou o presidente do Hinterlaces.

O vice-presidente de Desenvolvimento do Socialismo Territorial, Elías Jaua, qualificou como “grave erro” a “intenção de alguns setores da direita venezuelana de seguir caminhos antidemocráticos”. Segundo ele, apesar das pressões, os venezuelanos seguirão a construção de um modelo de sociedade que não tenha excluídos.

Da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Prensa Latina e Agência Brasil