Mauro Oliveira: O sertão vai virar bytes

 Por *Mauro Oliveira

A vida é uma caixinha de surpresas”! É engraçado como as histórias de nossas vidas são construídas. Acasos ao acaso, oportunidades percebidas etc. Somos, afinal, resultado de nossas decisões. E “como será o amanhã… responda quem souber”!

No “feliz ano novo”, pensei na história de ex-alunos ilustres que encontrei no “adeus ano velho”. Liduino Pitombeira foi eletrotécnico da Coelce nos anos 80. Quase mordido por um cachorro quando inspecionava uma residência, Liduino é um premiado compositor internacional. Claudio Lenz, aluno da antiga Escola Técnica, é chefe do Departamento de Física Nuclear da UFRJ e foi considerado pela Veja um dos 50 brasileiros mais impactantes em 2011.

Ainda da extensa lista de meus ex-alunos mais famosos que o mestre, encontrei Inácio Arruda na reinauguração do Cine São Luiz. Lembrei-me do dia em que Inácio, eu e o Gilmar, professor do IFCE, pensamos em criar uma empresa de eletricidade. Mas “a vida é uma caixinha de surpresas”! Inácio tornar-se-ia deputado e senador da república. Eis que agora este mesmo Inácio tem o desafio da Ciência e Tecnologia (C&T) de nosso estado. O que esperar dele?

Tenho certeza de que esse soldado da república nos surpreenderá como ele próprio foi surpreendido pela sua história, construída no tempo de um país mais elitizado, que ele próprio ajudou a democratizar.

Inácio tem competência e experiência para perceber oportunidades, e não está aí por acaso. São vários os mantras: interiorizar a C&T, Banda Larga para Todos, Mais Doutores (PhDs nas empresas), protagonizar jovens da periferia, dialogar com a universidade, … e por aí vai.

Há de se implantar o Dragão Digital, o “dragão que cospe bytes” (O POVO, em 23/4/13), uma versão descentralizada do extraordinário Porto Digital pernambucano. Fosse Antônio Conselheiro um bolsista da Funcap, enviaria um email de Quixeramobim, via Cinturão Digital: O sertão de Inácio vai virar bytes!

*Mauro Oliveira é professor e Membro da Academia Aracatiense de Letras

Fonte: O Povo

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