Sociedade venezuelana rechaça nova ingerência estadunidense

O governo, a assembleia nacional e setores políticos e sociais da Venezuela rechaçam, nesta terça-feira (23), com sólidos argumentos as sanções dos Estados Unidos contra funcionários do país, que parecem ser novas intenções de ingerência e desestabilização.

Parlamento Venezuelano - Reprodução

A aprovação de um projeto de lei na última quinta-feira (18) pelo presidente Barack Obama agravou a onda inicial de condenações contra a iniciativa assumida 10 dias antes pelo Senado do país do Norte.

Declarações e comunicados de instâncias oficiais, legislativas, políticas, partidárias e da sociedade civil condenam a escalada, com a única exceção de organizações da oposição venezuelana que, segundo o Executivo, apoiam e alimenta qualquer manobra contra o atual processo revolucionário no país.

Durante uma marcha na avenida Bolívar, no centro de Caracas, Nicolás Maduro repudiou a aprovação da lei pelo chefe da Casa Branca. O projeto estabelece restrições contra funcionários venezuelanos por supostas violações aos direitos humanos durante ações violentas no início do ano, que o governo venezuelano atribui à extrema direita do país.

“Obama deu um passo em falso contra nossa pátria ao aprovar as sanções, apesar do rechaço nacional e continental”, disse Maduro. 

As sanções de Washington, que contemplam a negociação de vistos para entrar nos Estados Unidos e o congelamento de bens de cerca de 100 funcionários venezuelanos, também foram criticadas por outros dirigentes latino-americanos.

Para o chanceler venezuelano, Rafael Ramírez, se trata de uma ingerência inaceitável de Washington e um tema de dois pesos e duas medida, porque os Estados Unidos bombardeiam o Oriente Médio, mas impõem sanções à Rússia e agora tentam fazer o mesmo com a Venezuela.
O ministro de Comunas e Movimentos Sociais, por sua vez, Elías Jaua, ignora as tentativas de Washington de legislar sobre os cidadãos venezuelanos.

Ao mesmo tempo que outros funcionários e governadores dos 23 estados venezuelanos repudiaram em um comunicado as sanções. O Grande Polo Patriótico Simón Bolívar as qualificou como “coercitivas, unilaterais e contrárias ao direito internacional”.

Organismos regionais como a Alba, o Mercosul e a Unasul também questionaram essa forma de agressão estadunidense. O presidente do legislativo venezuelano, Diosdado Cabello, em um artigo publicado no jornal The New York Times, qualificou como “desafortunada coincidência” a aprovação das sanções.

Fonte: Prensa Latina