Wikileaks revela manual da CIA para assassinatos políticos
Um manual secreto da Agência Central de Inteligência (CIA) que define o assassinato político como forma de limitar a ação de grupos insurgentes circula atualmente na internet, após ter sido revelado pelo site Wikileaks.
Publicado 22/12/2014 11:45
O relatório secreto da agência de espionagem estadounidense analisa diversas operações de assassinato em vários países, principalmente contra líderes afegãos do Talibã, do grupo terrorista Al-Qaida e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Também aparecem como possíveis pontos de ataque dirigentes do grupo libanês Hezbolá, a Organização para a Libertação de Palestina (OLP), Hamas, o grupo guerrilheiro peruano Sendero Luminoso, Os Tigres de Libertação do Tamil Eelam (LTTE), o Exército Republicano Irlandês (IRA) e a Frente de Libertação Nacional de Argélia (FLN).
A publicação do Wikileaks chegou às redes sociais apenas dez dias depois que o Comitê de Inteligência do Senado estadounidense tornasse público um polêmico relatório secreto sobre o emprego da tortura em suas formas mais brutais contra prisioneiros supostamente vinculados a ações terroristas.
O manual revelado pelo Wikileaks data de 7 de julho de 2009, seis meses depois de Leon Panetta assumir a direção da CIA e pouco depois de que o agente John Kiriakou – atualmente preso – denunciasse pela primeira vez a prática de crueis torturas por parte de oficiais interrogadores.
Segundo o Wikileaks, o relatório da CIA inclui estudos de casos no Afeganistão (2001-2009), Argélia (1954-1962), Colômbia (2002-2009), Iraque (2004-2009), Israel (de 1972 até meados dos anos 1990 e dos anos 1990 a 2009), Peru (1980-1999), Irlanda do Norte (1969-1998) e Sri Lanka (1983-2009).
As operações descritas no plano da CIA incluem: assassinatos políticos, sequestros, remoção de lideranças, neutralização e marginalização de dirigentes guerrilheiros.
Ademais, encontram-se evidências sobre a participação da CIA na luta contra as guerrilhas na Colômbia durante o mandato de Álvaro Uribe, através de ataques a objetivos de alto valor combinando operações militares e de informação e programas para provocar e tratar desertores.
Fonte: Prensa Latina