Tensão racial nos EUA mostra incapacidade de garantir direitos humanos
Um policial branco matou a tiro um homem negro desarmado no Arizona, informaram as autoridades nessa quinta-feira (4), em um momento em que continuam os protestos em Nova York por casos similares. O incidente ocorreu quando o agente estava investigando denúncia relacionada a droga do lado de fora de uma loja de conveniência.
Publicado 05/12/2014 10:01
O agente da polícia disse que o suspeito, de 34 anos, levou a mão esquerda ao bolso para sacar uma arma, na sequência de uma luta na quarta-feira (3) em Phoenix. Mais tarde foi descoberto que a vítima, Rumain Brisbon, só tinha comprimidos no bolso.
“O policial acreditou ter sentido o cabo de uma arma, enquanto agarrava a mão do suspeito no bolso", disse, em comunicado, o Departamento de Polícia de Phoenix. "O agente foi incapaz de manter o controle sobre a mão do suspeito durante a luta. Temendo que Brisbon tivesse uma arma no bolso, disparou duas vezes, atingindo o suspeito no peito".
Marci Kratter, advogada que representa a família, disse: "Há inúmeras testemunhas que vão desafiar a versão do agente sobre o que aconteceu". "Isso foi uma tragédia sem sentido. Ele estava desarmado e não representava nenhuma ameaça para ninguém. Queremos levar o caso até as últimas consequências", afirmou.
Casos similares ocorreram nos Estados Unidos nos últimos tempos. Um grande júri decidiu na quarta-feira não acusar um policial branco pela morte por asfixia de um negro desarmado em Nova York, que ocorreu em julho.
Esta decisão aconteceu uma semana depois de um grande júri ter decidido não acusar outro policial branco pela morte a tiro, em agosto, de um adolescente que estava desarmardo, em Ferguson, no estado do Missouri.
A indignação da cidade de Ferguson, no Missouri, com a decisão do júri que livrou o policial que matou o jovem negro Michael Brown, estendeu-se a 170 cidades em 37 estados norte-americanos, com milhares de pessoas saindo às ruas no final de novembro.
Depois da morte do adolescente Michael Brown, outro caso ocorrido em novembro – o de Tamir Rice, de 12 anos, morto a tiro por um agente quando brincava com réplica de uma arma –, voltou a agitar as tensões raciais nos Estados Unidos.
Os protestos nos Estados Unidos, que eclodiram em conexão com as ações da polícia, são uma prova de falhas de larga escala no sistema de direitos humanos e liberdades no país, declarou o comissário do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para Direitos Humanos, Democracia e Supremacia do Direito, Konstantin Dolgov.
De acordo com Dolgov, "os tumultos e protestos em Nova York e Arizona são uma confirmação das falhas de larga escala no sistema de direitos humanos e liberdades nos Estados Unidos".
Ele observou que "ativistas de direitos humanos têm prestado repetidamente a atenção das autoridades norte-americanas para a necessidade de medidas para regularizar a situação de vestígios de racismo nos Estados Unidos e violações dos direitos das minorias étnicas no país, em particular, por parte dos representantes da polícia".
Fonte: Agência Brasil e Voz da Rússia