Em Aracaju, organizações saem às ruas pelo fim dos agrotóxicos
Cerca de 200 pessoas percorram as ruas da capital Aracaju (SE) nesta quarta-feira (3), para relembrar do Dia Internacional de Luta Contra o Uso dos Agrotóxicos.
Publicado 04/12/2014 08:58
A data faz referência às 30 mil pessoas que morreram em Bhopal, na Índia, em virtude do vazamento de 27 toneladas de um gás tóxico usado na fabricação de um praguicida.
O desastre químico foi considerado o pior da história, e a data foi estabelecida pela Pesticide Action Network (PAN) como o dia internacional do não uso de agrotóxicos.
A empresa Dow, responsável pelo acidente, é hoje uma das seis gigantes do mercado de venenos e sementes transgênicos. Em 2012 faturou U$ 60 bilhões.
Mobilização
Diante disso, diversas organizações do campo e da cidade, como o MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude (LPJ), Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Movimento Nacional de direitos Humanos(MNDH), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), denunciam o modelo do agronegócio.
A concentração foi na Praça Fausto Cardoso, no centro da cidade, e se iniciou com a mobilização organizada pela MMM contra os insultos e incitação à violência contra as mulheres feita pelo vereador Agamenon Sobral (PP).
Após o ato realizado em frente à Câmara de Vereadores, os manifestantes saíram em marcha pelas ruas da cidade.
Durante todo o percurso ocorreram várias intervenções de agitação e propaganda como stencil, esquete teatral, panfletagem e grafitagem, que contribuíram para uma boa visibilidade da ação.
Os manifestantes aproveitaram para denunciar que a realidade sergipana é composta em grande parte pelo monocultivo de cana de açúcar e o uso intensivo de agrotóxicos, afetando as comunidades que estão ao redor desses canaviais.
Para Jorge Rabanal, engenheiro agrônomo e militante do MST, o objetivo da marcha é denunciar o uso dos agrotóxicos, e alertar a sociedade dos riscos para saúde da população.
“Sem falar dos altos índices de doenças que sofrem os trabalhadores e trabalhadoras do campo por causa dessa prática”, alerta Rabanal.
Dessa forma que os Sem Terra também demonstraram a necessidade de estimular a produção de alimentos agroecológicos, em que a sociedade possa consumir na certeza de ser um alimento saudável sem riscos prejudiciais a saúde humana.
Fonte: MST