PCdoB RS avalia eleições 2014 e projeta futuro
A direção do PCdoB RS esteve reunida no último final de semana para avaliar as eleições 2014 e iniciar o debate sobre a ação partidária para 2015 e 2016.
Publicado 02/12/2014 16:58 | Editado 04/03/2020 17:09
A resolução aprovada pela direção (veja abaixo) considera que o partido no RS obteve vitórias, conseguiu reafirmar seus compromissos com uma esquerda renovada, sintonizada com a luta por um Rio Grande e um Brasil mais desenvolvidos e democráticos e com as causas da sociedade. Destaque para a expressiva votação da presidente estadual do partido, Manuela, que concorreu a deputada estadual, obtendo mais de 220 mil votos e a eleição do vereador da capital, João Derly, para deputado federal, com mais de 100 mil votos. O PCdoB ampliou seu espaço no parlamento gaúcho com a eleição de Juliano Roso, vice-prefeito de Passo Fundo, que assumirá vaga na Assembleia Legislativa, com mais de 17 mil votos. O partido também assinalou suas derrotas no processo, sobretudo a perda do mandato de deputado federal do operário metalúrgico de Caxias do Sul, Assis Melo.
Na oportunidade o PCdoB deu inicio a discussão sobre o projeto de construção partidária para os próximos dois anos. Um dos objetivos é o crescimento do trabalho na região metropolitana e nos maiores centros urbanos do estado, com mais presença nas lutas da sociedade, movimentos sociais e a preparação para as eleições de 2016.
O documento também analisa o desempenho da candidatura de Tarso no estado e algumas das razões para a derrota. A reunião foi acompanhada por Ronald Freitas, do secretariado do Comitê Central.
Resolução do Comitê Estadual do PCdoB no Rio Grande do Sul
Avaliação do Processo Eleitoral de 2014
O Comitê Estadual do PCdoB no Rio Grande do Sul em sua primeira reunião após a batalha eleitoral de 2014, sublinha o grande êxito alcançado com a importante vitória obtida pelo povo brasileiro ao reeleger a presidenta Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, analisa os fatores que levaram a derrota da forças de esquerda no estado e os resultados do Partido no processo eleitoral.
Esta Resolução da Direção Estadual identifica aspectos importantes sem, contudo, entender que o processo de avaliação da eleição esteja concluído. Caberá aos órgãos dirigentes e ao conjunto da militância, aprofundar esta análise para extrair ensinamentos e junto ao debate nacional apontar perspectivas para da ação do PCdoB no rumo do seu fortalecimento.
A Disputa Nacional
O povo brasileiro reelegeu Dilma Rousseff, Presidenta do Brasil, alcançando uma vitória histórica, épica, um resultado excepcional, derrotando em condições de extrema desigualdade as forças conservadoras. Diferentemente da eleição estadual, o embate nacional foi marcado pela politização do debate.
Dilma Rousseff construiu sua vitória com clareza e demarcação programática, refutando as chantagens do “mercado” que exigiam rendição ao receituário do capital financeiro. A vitória se alicerçou na mobilização do campo político democrático, progressista, popular e patriótico, impulsionado, sobretudo no segundo turno, pela união e ação da esquerda, inclusive de setores e lideranças de fora da base do governo, com a militância aguerrida dos partidos e dos movimentos sociais, além do importante apoio de artistas e intelectuais.
A campanha foi também regida pela polarização entre as classes sociais e por acesa luta ideológica. Os ricos, os abastados, as camadas altas das chamadas classes médias engajaram-se freneticamente na campanha do candidato da direita.
As forças conservadoras, mesmo derrotadas nas urnas, passaram a agir como se tivessem sido vencedoras e mantém a ofensiva para isolar o governo, até mesmo questionando a legitimidade do pleito, numa atitude golpista e antidemocrática.
Com a vitória de Dilma, uma nova e desafiadora realidade de intensa luta política se coloca: a exigência de que o governo retome imediatamente o protagonismo político, recompondo sua base política e social e, gradativamente, vá dando consequência a uma pauta avançada para o país, de acordo com os compromissos assumidos na campanha eleitoral.
Do elenco de reformas, o PCdoB destaca: a reforma política democrática; a regulação democrática dos meios de comunicação; maior impulso à reforma urbana, com respostas urgentes à mobilidade urbana, à moradia, à segurança e ao saneamento ambiental; incrementar a efetivação da reforma agrária; aplicação do Plano Nacional de Educação, recém-aprovado; o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS); consolidação e ampliação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci); implementação do Sistema Nacional de Cultura; e preparação das condições para a consecução da reforma tributária progressiva que contribuirá para a redução das desigualdades sociais.
A presidenta pautou como prioridade a reforma política e a regulação econômica dos meios de comunicação, sem menosprezar as demais. Todavia, como já está acontecendo, as forças conservadoras se movimentam ou para impedir que as reformas se concretizem ou para que a resultante seja, na prática, uma anti-reforma; ou seja, que tenham um conteúdo contra o povo, a democracia e os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Esta luta – em defesa do novo governo da presidenta Dilma – exige a união e a mobilização de todas pessoas que têm compromisso com um Brasil que precisa seguir avançando no rumo do desenvolvimento com cada vez mais direitos sociais para o povo.
Mobilização em defesa de um projeto que foi consagrado legitimamente nas urnas. Por um Brasil cada vez mais democrático, soberano e integrado aos demais países do continente, fortalecendo a perspectiva de um mundo multipolar, com menos influência e dependência do imperialismo norte-americano. Como citou o presidente José Mujica, do Uruguai, o "Brasil é a espinha dorsal dos avanços democráticos, econômicos e sociais da América Latina”.
Nos parlamentos, nos movimentos sociais e nas ruas, o PCdoB, se mantém atento, firme e comprometido com este projeto de país.
A não reeleição de Tarso
Apesar de todos os esforços e avanços do governo Tarso Genro, já havia um sentimento de que seria uma batalha muito difícil. Sua derrota interrompe, novamente, um governo com um projeto democrático e popular que permitiu a retomada do desenvolvimento do estado e de respostas efetivas aos graves problemas, priorizando as demandas do povo.
O PCdoB, que foi força decisiva na construção da vitória em 2010, se empenhou ativamente para garantir a reeleição de um projeto que permitiu avanços importantes para no estado. Desde o início da articulação da chapa majoritária, o Partido procurou contribuir para seu fortalecimento, amplitude e para garantir a unidade das forças governistas.
Em decorrência disso, o PCdoB abriu mão da indicação da camarada Emília Fernandes para a vaga ao Senado, o que permitiu a indicação de Olívio Dutra (PT) para a disputa. A partir disso, com a compreensão elevada que demonstrou outro partido da aliança, o PTB, indicou-se a camarada Abgail Pereira para compor a chapa na condição de candidata à vice-governadora.
A camarada Abgail Pereira participou ativamente do processo eleitoral, representando o PCdoB e as Mulheres através de uma campanha combativa e dedicada, onde – mesmo com uma estrutura precária e com espaços reduzidos – conseguiu empolgar a militância da nossa aliança, mostrando os avanços que o atual governo conquistou e, apontando a reeleição do governador Tarso Genro, como fundamental para que o estado seguisse adiante no seu projeto de desenvolvimento e de enfrentamento dos problemas vividos pelo nosso povo.
A não reeleição do governo com índices de avaliação positiva decorre, em grande medida, das condições e das características do embate nacional que se manifestaram fortemente no RS, mas também de fatores inerentes ao processo eleitoral em nosso estado que teve como marca uma eleição despolitizada.
A campanha não conseguiu demarcar claramente as diferenças frente aos adversários – inicialmente com Ana Amélia e depois com Sartori. Este cresceu ao largo do embate inicial entre Tarso e a candidata do PP que liderara as pesquisas até metade de setembro e não conseguiu reagir ao processo de desconstituição de imagem empreendido pela campanha de Tarso. A campanha de Tarso, embora tenha conseguido “abater" a candidata do PP, não conseguiu transferir para si os votos desta, que aos poucos migraram para Sartori.
Entre os motivos principais da derrota no RS, destacamos as seguintes questões:
O anti-petismo e a corrupção – que resultaram numa campanha orquestrada nacionalmente contra a esquerda: o povo gaúcho também foi atingido pelo bombardeio realizado pelos setores conservadores, capitaneados pela grande mídia e os candidatos da oposição, tendo como alvo o PT e as forças populares que implementam um projeto avesso a seus interesses. A presidenta Dilma enfrentou bravamente os ataques, politizando a disputa e conquistando a vitória.
A campanha no estado não conseguiu fazer este enfrentamento, nem politizar a disputa. As duas principais candidaturas de oposição ao nosso projeto se perfilaram com a candidatura dos tucanos. Sartori fez, o tempo todo, uma campanha despolitizada, com o slogan “meu partido é o Rio Grande” procurou sempre evitar o debate de projetos e não deixar clara sua opção contra o programa implementado pelas nossas forças no Brasil e no RS.
Ao não politizar a campanha, trazendo para o debate da eleição estadual o grande embate nacional e alertando o nosso povo sobre os projetos em curso, permitimos que a desinformação e a campanha conservadora e golpista levassem o povo a votar num candidato que não apresentou propostas e surfou na onda do conservadorismo.
As dificuldades de Ampliar a Base de Apoio
Tarso Genro se elegeu em 2010 com o apoio decisivo do PCdoB e do PSB. Começou a governar ampliando sua base com a participação do PTB e do PDT. Porém fomos para a eleição deste ano de 2014, com uma base de apoio menor, sem o PSB e o PDT. Esta situação dificultou nossa campanha e decorre de uma determinada postura política da principal força de esquerda no estado.
Assim como no Brasil, o PT é a principal força de esquerda e responsável por grandes avanços. Contudo, é amplamente conhecida a prática hegemonista, sua dificuldade de atuar em frente e com a devida valorização de seus aliados.
O governador Tarso Genro procurou se contrapor à esta prática. Mas o PT não teve a mesma atitude, de modo especial na condução do processo eleitoral de 2012, que resultou na derrota do nosso campo eno fortalecimento da oposição nos principais municípios do estado. Esta prática levou a fragmentação e fragilização da base política do governo, e reforçou na sociedade a visão de que o governo era aparelhado pelo PT e, portanto, precisava ser devolvido para o povo gaúcho.
Um governo com muitas realizações, porém sem uma marca
Além disso, a falta de uma marca do governo que expressa-se os avanços obtidos nas mais diversas áreas, não permitiu que o povo gaúcho enxergasse claramente as medidas e os avanços obtidos com o governo Tarso. Havia uma expectativa em 2010, quando da inédita eleição de Tarso no primeiro turno, que — na visão do povo — não foi correspondida a altura e não foi suficiente para quebrar o tabu do Rio Grande do Sul nunca reeleger um governador.
A campanha eleitoral
O campo de apoiamento ao governo subestimou e não se preparou adequadamente para a dura competição eleitoral. A visão de que bastava mostrar os importantes feitos do governo para convencer o eleitorado de que era preciso reeleger o governo, resultou numa campanha de “salto alto”, sem estrutura material, sem a devida mobilização e valorização dos militantes partidários e de seus aliados. A comunicação da campanha demonstrou-se insuficiente e equivocada, não conseguindo ampliar o apoio para além do eleitorado do nosso campo.
Com a derrota do projeto alinhado com os avanços do Brasil, novamente o Rio Grande do Sul interrompe um período que iniciou um processo de superação da estagnação econômica, da implementação de importantes políticas públicas de inclusão e do enfrentamento à graves e antigos problemas do estado.
O governo Sartori elegeu-se combatendo este projeto e defendendo outro, antagônico ao nosso, tanto aqui como no país. Qual será sua atitude no governo? Que projeto de desenvolvimento colocará em ação? Adotará a política anunciada de busca do equilíbrio das finanças públicas a qualquer custo, como ocorreu no governo tucano? Continuará se perfilando na oposição ao projeto nacional ou, ao contrário, enquanto membro do PMDB somará esforços para o êxito do projeto eleito pelo povo? São questões que Sartori ainda não respondeu e isto balizará nossa ação enquanto oposição ao governo eleito.
O Resultado do PCdoB no RS
O Partido sai do processo fortalecido em seus compromissos
Ao avaliar o resultado eleitoral do Partido no RS precisamos analisá-lo no contexto da disputa que resultou num crescimento dos setores conservadores, na diminuição das bancadas progressistas no Congresso Nacional, inclusive a do PCdoB e na derrota do projeto da esquerda no estado.
Nosso resultado precisa ser avaliado no contexto do intenso ataque sofrido pela esquerda sob a bandeira do antipetismo, com objetivo de derrotar nosso projeto nacional e que teve grande impacto na votação do Partido. Obtivemos conquistas importantes, mas também sofremos derrotas significativas.
Entre as questões a serem examinadas está a avaliação da participação do PCdoB nos governos estadual e municipais em sinergia com o nosso projeto eleitoral. E, destacadamente, aferir a real mobilização partidária alcançada, tendo por base as diretrizes traçadas no 13º Congresso e no 8º Encontro Nacional.
Conquistamos importantes vitórias:
A presidenta do PCdoB, a Deputada Manuela D’Avila, pela terceira vez consecutiva, é a campeã de votos no Rio Grande do Sul, confirmando sua liderança e seu papel protagonista no cenário político. Em uma eleição onde houve uma dispersão muito grande dos votos, Manuela se elegeu Deputada Estadual, conquistando 222.36l votos, mais que o triplo da votação do segundo colocado.
Nosso Vereador de Porto Alegre, João Derly, bicampeão mundial de judô, conquistou a expressiva votação de 106.991 votos, sendo eleito Deputado Federal, repetindo o feito do Partido de eleger um vereador diretamente para a Câmara dos Deputados com uma das maiores votações de Porto Alegre.
A eleição de Juliano Roso, vice-prefeito de Passo Fundo, permite – pela primeira vez depois da democratização – a ampliação da bancada do Partido na Assembleia Legislativa RS.
O Partido apresentou novas lideranças para o eleitorado. Participamos com 38 candidatos e candidatas às eleições proporcionais, vinculados a diversos setores, representantes de regiões e municípios importantes e muitos deles não identificados com a política tradicional.
Tivemos derrotas significativas
A não reeleição do Deputado Federal Assis Melo representa uma derrota significativa. Ela se dá num contexto de intensa ofensiva do empresariado e dos setores conservadores de Caxias do Sul, contra a sua candidatura – em decorrência da fidelidade e luta do deputado Assis Melo na defesa da classe trabalhadora – e numa realidade de intensa articulação dos empresários e dos conservadores contra nosso campo e à candidatura de Dilma e também de Tarso.
Além disso, nossa atuação sindical e partidária, assim como as dificuldades surgidas na relação deputado e sindicalista, não corresponderam ao nível da ofensiva do empresariado e não conseguiram criar um movimento de apoio dos trabalhadores – homens e mulheres – em defesa de um mandato que os representava com destacado compromisso e trabalho.
Nossos candidatos (as) a deputado (a) estadual não corresponderam às expectativas numéricas eleitorais o que impediu a conquista de uma bancada maior na Assembleia Legislativa. A pequena votação dos(as) candidatos(as) são decorrentes de dificuldades e erros de campanha, mas demonstra também um vínculo ainda um tanto frágil das nossas lideranças com o povo.
Causas deste resultado:
O cenário adverso para nosso campo, fruto da campanha raivosa e golpista contra a esquerda, foi determinante para o resultado obtido. Contudo, é preciso extrair ensinamentos do processo, examinando os motivos dos êxitos e das derrotas para podermos superar nossas debilidades e avançar com maior intensidade. Entre eles podemos destacar:
O Partido conseguiu se apresentar com a marca da Política Diferente, expressa em lideranças comprometidas com uma nova forma de fazer política, alicerçada num projeto nacional desenvolvimentista, como caminho para a conquista do socialismo, e que se expressa na defesa de bandeiras e ideias avançadas, com o objetivo de enfrentar de forma concreta e moderna os problemas atuais do nosso povo. No entanto, extrai-se da batalha travada, que se mantém em pauta a questão decisiva da identidade política e eleitoral do PCdoB no seio dessa realidade. É preciso fortalecer nossa identidade entre a postura político-eleitoral e nosso programa;
A construção de vínculos sólidos com nosso povo, a partir de nossa identidade e compromisso com suas causas, anseios e lutas atuais, são fundamentais para garantirmos uma base eleitoral sólida e consistente. A nossa pequena presença nas organizações dos trabalhadores em geral, e do proletariado em particular, e as dificuldades de atuação nos espaços institucionais – destacadamente no Legislativo e no Executivo, a frágil atuação junto às organizações do nosso povo e a insuficiente estrutura partidária, são fatores que jogam papel determinante na conquista do voto. A falta deles demonstrou a fragilidade e incapacidade competitiva da maioria dos nossos candidatos e candidatas;
O diálogo com amplos setores da sociedade e não apenas com o eleitorado de esquerda, procurando a unidade em torno do nosso projeto e das bandeiras avançadas e progressistas, permite uma maior ou menor capacidade de enfrentar os desafios da batalha eleitoral;
A dificuldade das candidaturas de enfrentarem a construção da sustentação financeira das campanhas foi determinante para impedir um maior poder de disputa de nossos candidatos e candidatas.
As perspectivas para a Ação Partidária
Diante da nova realidade nacional e do estado decorrente do processo eleitoral, o Partido precisará ajustar sua atuação, examinando o novo cenário e as mudanças ocorridas na sociedade com o objetivo de avançar no caminho de acúmulo de forças para impulsionarmos o rumo mudancista que almejamos.
Num cenário nacional e estadual de acirramento da polarização entre o projeto mudancista e as forças conservadoras, a complexidade da nossa atuação exigirá uma definição clara do espaço do PCdoB, de sua missão e identidade.
Tomar novo fôlego para ser inteiramente consequente em perseguir a maior ação política do movimento popular na sociedade, com bandeiras mobilizadoras dos setores progressistas, da classe trabalhadora, da juventude e das mulheres, que constituam movimentos e marcas da intervenção dos comunistas.
Promover ação política que dê sustentação ao governo, nas reformas estruturais, bem como, e mais ainda, promova autonomamente a demarcação com o espírito conservador e reacionário que grassa na oposição e em parcelas da sociedade.
É assim que o PCdoB reforçará sua identidade de esquerda, como integrante do governo, cada vez mais proativo, no diálogo, na participação, na ação política e de massas, na mobilização social e na luta de idéias, para disputar política e ideologicamente amplas camadas do povo e dos trabalhadores, com suas marcas distintivas.
A par da discussão nacional que ocorrerá no primeiro semestre do próximo ano, deveremos examinar qual nosso papel e nosso lugar na luta política, social e de ideias no Rio Grande do Sul, tendo em vista um projeto que vise o fortalecimento do Partido nos espaços de atuação do movimento social e nas eleições municipais de 2016, vinculado à perspectiva da disputa de 2018.
Este debate orientará a atuação dos nossos três mandatos legislativos – estadual e federal, com objetivo de buscar a consolidação de bases sólidas – aprofundando seu vínculo com os setores que representam e ampliando para outras áreas; intervindo concretamente na realidade do estado; e, ajudando a consolidação e ampliação do Partido.
Além disso, o desafio de construir vínculos sólidos com o povo exige atentarmos para as particularidades da luta dos movimentos sociais, que se apresenta de forma nova, mais complexa e diversificada, exigindo uma ação muito mais próxima e ativa das nossas lideranças e do Partido.
Colocar a estruturação do Partido em novo patamar é exigência fundamental para a realização desses objetivos. A organização de nossa militância, o funcionamento e fortalecimento das Direções do Partido e de seus núcleos de base, são tarefas urgentes que requerem o aprofundamento do trabalho de formação e de divulgação de nossas propostas e de nossos objetivos.
O ano de 2014 foi sem dúvida, um ano de grandes embates. Conquistamos uma vitória de alcance estratégico que foi a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
Novas e desafiadoras tarefas se colocam para garantir a continuidade do projeto mudancista e para reforçar o PCdoB, partido que persegue um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento e que tem no Socialismo seu objetivo maior.
Os comunistas gaúchos – homens e mulheres, ao analisar as vitórias e os insucessos, procuram extrair lições para impulsionar a luta em nosso estado, unindo todas e todos que comungam com este projeto e trabalhando para que o Partido se fortaleça e construa as condições para contribuir ativamente no avanço da luta do povo e das ideias socialistas.
Porto Alegre, novembro de 2014
Comitê Estadual do PCdoB/RS