Yalorixá Mãe Gilda é homenageada com busto em Salvador

O Terreiro Asé Abassá de Ogum, da Bahia, a Fundação Gregório de Mattos (FGM) e a Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC) realizarão nesta sexta-feira (28/11) a solenidade de inauguração do busto em homenagem a Mãe Gilda de Ogum, símbolo do combate à intolerância religiosa no Brasil.

A peça irá compor o acervo de esculturas do Parque Metropolitano do Abaeté, em Itapuã, Salvador. O objetivo é que ela marque a história de vida da yalorixá e não permita o esquecimento da manifestação de intolerância que teve como resultado seu falecimento. Mãe Gilda sofreu agressões de instituições que, por meio da imprensa, a acusavam de charlatanismo.

A proposta da homenagem a partir do busto foi idealizada por Jaciara dos Santos, filha biológica de Mãe Gilda. Em janeiro de 2014, foi assinado pelo presidente da FCP, Hilton Cobra, e pelo presidente da FGM, Fernando Guerreiro, o protocolo de intenções para a instalação do busto em homenagem a Mãe Gilda, no bairro Nova Brasília de Itapuã, onde ela viveu.

Alexandro Reis, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da FCP, destaca a importância de Mãe Gilda aos remanescentes e religiosos de matriz-africana. “Maior vítima de agressões por religiosidade, na década de 1990, foi ela, a inspiradora das reflexões em torno da tolerância e do respeito à liberdade de crença”, recorda.

Reconhecimento

O Governo Federal instituiu, no ano de 2007, o 21 de janeiro como o Dia de luta contra a intolerância religiosa. Nesta data, pessoas de diferentes credos, raças, etnias, sexo celebram mais um passo a favor da dignidade humana para compartilhar caminhos que possibilitem o enfrentamento à intolerância religiosa.

Liderança religiosa e ativista social, Mãe Gilda se destacou por sua personalidade forte. Participou de manifestações públicas e conquistou direitos que atendessem a demanda do bairro onde vivia, além de necessidades específicas da população negra. Por sua envergadura, tornou-se referência na luta para que cada brasileiro tivesse o direito de expressar a própria fé, segundo suas crenças e/ou filosofias.

Fonte: Fundação Palmares