Oposição quer arrocho a qualquer custo, critica líder do governo
Durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (20), o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), criticou a oposição por tentar barrar a votação do projeto de lei do Congresso Nacional que permite ao Executivo reduzir a meta do superavit primário. “A oposição defende o arrocho fiscal a todo custo, mesmo que isso custe alguns milhões de empregos.”
Publicado 21/11/2014 10:47
Ele explicou que “para o governo, a manutenção do emprego e da distribuição de renda está no centro da política econômica. Entendemos que a economia deve ser dirigida com o ajuste permanente de todas as variáveis que compõem a política macroeconômica”, afirmou o parlamentar.
O líder mencionou a conjuntura de crise internacional que é desconsiderada pela oposição. “Das 20 maiores economias do mundo, 17 farão deficit primário em 2014 e o Brasil é um dos três países que terão um pequeno superavit primário, mas parece que a oposição analisa a economia como se o Brasil não fizesse parte do mundo”, disse Fontana, que ainda ressaltou o fato de o Brasil ser o “quarto destino do mundo mais procurado para investimentos produtivos”.
O líder se disse confiante na aprovação do projeto que altera a meta fiscal do governo na Comissão Mista de Orçamento (CMO) na próxima semana. “A base está convicta e vai garantir esta votação, que é muito importante para este modelo de gestão econômica que estamos tocando no país. A oposição provavelmente faria o arrocho fiscal. Mesmo aumentando o desemprego, ela manteria fixa a meta de superavit primário”, criticou.
“Nós pensamos diferente. O Brasil ainda vai fazer o superavit, porém, menor do que aquele previsto anteriormente e isto é algo muito razoável”, explicou. Henrique Fontana atribuiu a circunstâncias momentâneas a derrota na votação da CMO esta semana e informou que está buscando os votos do PSB em favor do projeto.
Além disso, ele rechaçou o argumento de que o governo não tem compromisso com a estabilidade fiscal. “Não está em debate o compromisso com o equilíbrio fiscal, porque isso o governo tem e há exemplos de sobras para mostrar. Recebemos um país com uma dívida equivalente a 60% do PIB (Produto Interno Bruto) e essa dívida baixou para 33% do PIB. Recebemos um país com reservas de 37 bilhões de dólares e hoje estas reservas são de 377 bilhões. Portanto é um governo que, na curva do longo prazo da economia, demonstrou enorme compromisso com a responsabilidade fiscal e com a solidez da economia brasileira”, esclareceu o deputado.
Derrota subiu à cabeça
Para o líder, o sentimento de “terceiro turno” não deveria contaminar o debate econômico. “A política econômica que foi vitoriosa nas urnas aponta para a ideia de que manter o nível de emprego elevado e o processo de distribuição de renda é o fundamental para o resultado da economia. Parece que a derrota subiu à cabeça de Aécio Neves e da oposição, pois falta capacidade para absorver uma decisão soberana da população brasileira”, criticou.
Questionado sobre a iminente saída de Guido Mantega do Ministério da Fazenda, o líder do governo, além de elogiar o atual comandante da pasta, disse que a decisão sobre o substituto cabe à presidenta Dilma Rousseff e que o nome escolhido irá “continuar a política
econômica” determinada pela chefe do Executivo.
“Guido Mantega foi um grande ministro, o mais longevo ministro da Economia (da história da
República). E vai entregar a pasta ao seu sucessor com o Brasil apresentando o menor nível de desemprego da história”, destacou Fontana.
O líder fez um “apelo” ao ministro Gilmar Mendes, do STF, em relação ao julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra o financiamento privado de campanha. “Faço um apelo público ao ministro Gilmar Mendes para concluirmos esse julgamento, que já está com placar de 6×1 favorável (à proibição do financiamento empresarial)”, solicitou o deputado.
O líder do governo não se furtou a comentar os recentes escândalos de corrupção que estão sendo investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. “Sempre é duro e triste verificar a anatomia que vai sendo desvendada dos mecanismos de corrupção, mas o que percebo é que a política que se herdou do governo Lula, de combate permanente à corrupção, nos permite dizer que o Brasil está evoluindo no combate à corrupção. E sob o governo Dilma sempre há incentivo, apoio e qualificação das estruturas de investigação para que investiguem até o fim e as punições ocorram”, avalia Fontana.
Da Redação em Brasília
Com PT na Câmara