Eleições no Ceará: PCdoB avalia resultado

O projeto eleitoral do Partido no Ceará já estava traçado: contribuir para a reeleição de Dilma Rousseff (PT) presidenta; apoiar Camilo Santana (PT) governador e Mauro Filho (PROS) senador; garantir as eleições de Chico Lopes e Inácio Arruda, ambos do PCdoB, deputados federais; e ainda aumentar a bancada de comunistas na Assembleia Legislativa cearense.

Algumas metas foram alcançadas: Dilma irá disputar o segundo turno com Aécio Neves (PSDB); Camilo também terá novo enfrentamento e, contrariando as pesquisas, superou seu principal opositor, Eunício Oliveira (PMDB) na votação de domingo; a eleição de Chico Lopes, que será, pela terceira vez, deputado federal com o apoio do povo; e ainda a duplicação da bancada comunista no parlamento cearense, subindo de uma vaga para dois eleitos (Augusta Brito, ex-prefeita do município do Graça, e Carlos Felipe, ex-prefeito de Crateús).

As derrotas de Mauro Filho para Tasso Jereissati (PSDB), eleito novamente senador; e de Inácio Arruda que, não conseguiu votação suficiente para voltar ao Congresso Nacional, por outro lado, foram avaliadas pelos comunistas no Ceará.

Luis Carlos Paes, presidente estadual do PCdoB-CE, ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo Partido. “Sabíamos que seria uma batalha dura, principalmente em relação à candidatura de Inácio, que iniciou as atividades já em período avançado por conta da desistência, por problemas de saúde do deputado João Ananias. Apesar de tudo, consideramos que nossos candidatos fizeram uma grande campanha, quer seja na capital ou no interior”, avaliou.

O dirigente comunista destacou também o aumento da bancada no parlamento cearense. “Desde 1986, não conseguiamos eleger dois deputados estaduais. Augusta é mulher, jovem e tem muito a contribuir. Já Carlos Felipe, médico, também irá enriquecer o debate na Assembleia”. George Valentim (ex-prefeito de Maranguape), e Lula Morais (médico) são os suplentes da chapa.

Lições

O presidente do PCdoB-CE considera que o resultado do primeiro turno das eleições deste ano apresenta lições. “Uma delas é a necessidade de uma reforma político-eleitoral urgente, para que a gente consiga reduzir a influência do poder econômico nas eleições tanto no Brasil quanto no Ceará. Os resultados nas urnas apresentam claramente a influência danosa para a democracia do poder econômico. Candidatos desconhecidos, sem nenhuma história de luta com o povo, foram eleitos com expressivos números”, afirmou.

O outro ponto a ser analisado pelos comunistas cearenses, segundo seu dirigente, deve ser a postura do PCdoB. “Surge a necessidade de o Partido aprofundar seus vínculos com a luta do povo, em suas diversas frentes: sindical, juventude, mulheres, trabalhadores, negros estudantes, na capital e no interior, estabelecendo uma relação política ampla com todos os seguimentos da sociedade”, ratificou.

Luis Carlos Paes conclamou ainda o PCdoB e toda a militância para não dispersar, continuar focada junto com as demais forças aliada para a disputa do segundo turno. “Até o dia 26 de outubro devemos, através de muito debate e mobilização, impedir o retrocesso político e garantir que avancem as mudanças propostas por Dilma e Camilo. A vitória só virá através de um potente movimento das massas, com o povo nas ruas, pela luta dos trabalhadores, das mulheres, dos jovens, nas portas de fábricas, universidades e de todos os setores da sociedade”, reforçou. Por fim, o dirigente agradeceu o empenho de todos que proporcionou as conquistas nas urnas. “Vamos continuar unidos em torno das bandeiras vermelhas”, ratificou.

De Fortaleza,
Carolina Campos