Há 41 anos partia o poeta que encantou o carteiro
Na última terça-feira (23) a morte de Pablo Neruda completou 41 anos. Já se vão 4 décadas desde que o poeta socialista se foi, mas sua obra segue intacta, florindo sempre, não só nas primaveras.
Publicado 26/09/2014 16:53
Ainda hoje não se sabe o que causou a morte de Neruda, apesar de seu corpo ter sido exumado em 2013. Quando foi comprovada a versão emitida pelos agentes da ditadura militar de Augusto Pinochet, que o poeta morreu em decorrência de um câncer, os amigos mais próximos insistem em afirmar que, na verdade, ele foi assassinado pela repressão. Isabel Allende, amiga de Neruda, afirma que poucos dias depois do golpe contra Salvador Allende, ele morreu de tristeza.
Nem só de poesia e amor o poeta chileno viveu, ele foi cônsul do Chile na Espanha por quatro anos, e senador em seu país. Além disso, abriu mão de sua candidatura à presidência, nos anos 70, para deixar que apenas Salvador Allende concorresse (e vencesse) ao cargo. A justificativa de Neruda é que ambos eram socialistas e acreditavam em uma América Latina mais justa.
Seja como poeta ou como militante político, Neruda sempre ocupou lugar de destaque e foi considerado um dos mais importantes escritores da língua castelhana do século XX. Em meados de 1950 recebeu o Prêmio Lênin da Paz e na década de 70 foi consagrado com um Nobel de Literatura. Por este motivo, o então presidente Salvador Allende o convidou para falar para mais de 70 mil pessoas no Estádio Nacional do Chile.
O Carteiro e o Poeta
Em 1994 Michael Radford dirigiu o filme O Carteiro e o Poeta, que transpôs a vida de Neruda para uma pequena ilha na Itália onde supostamente o escritor teria sido exilado. Na ficção ele contrata um analfabeto para ser uma espécie de “carteiro particular”, e o funcionário acaba por se encantar pelas palavras, firmando assim uma bela amizade.
Na vida real, durante o período retratado no filme, Neruda vivia com sua terceira esposa, Matilde, em Isla Negra, no Chile.
Apesar de ter partido há mais de 40 anos, os versos de Neruda continuam atuais: “Só um louco pode desejar guerras. A guerra destrói a própria lógica da existência humana”.
Por Mariana Serafini, da redação do Portal Vermelho