Contra o atraso, artistas e intelectuais fazem ato em apoio a Dilma
Aconteceu nesta segunda-feira (15), no teatro Casagrande, ato de artistas e intelectuais em apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Participaram do evento personalidades como Leonardo Boff, Chico César e Marilena Chauí, além de Elza Soares, Otto, Alcione e Beth Carvalho. Do lado de fora, mais de mil pessoas acompanharam o evento.
Publicado 16/09/2014 10:49
Dentre os que discursaram, estava a filósofa Marilena Chauí: “Estas eleições estão polarizadas de uma maneira que convoca a nós, intelectuais, artistas, cientistas, estudantes, para uma tarefa profunda e intensa. A polarização se dá entre um caminho com um rumo seguro, certeiro, do começo do seu percurso até agora, e o risco de uma aventura regressiva. Não é apenas uma regressão, é a aventura. Não posso compreender como alguém que diz que não gosta de política possa aspirar ao posto político mais alto da República”.
Leonardo Boff lembrou que com a ascensão do PT não houve apenas uma alternância de poder. Houve alternância de classe social! E convidou os presentes a uma reflexão: “No entardecer da vida, cada um de nós vai ser confrontado com algumas questões: De que lado você está? De que lado você quis estar? A quem você sempre defendeu? Você defendeu as vítimas de um processo econômico feroz, que trata os trabalhadores como móvel descartável, ou aqueles que vivem sacrificados? Com quem você escolheu caminhar na vida? Com os condenados na terra ou com os patrões, que fizeram os condenados de escravos? Tudo isso [políticas sociais] deu um rosto novo para esse país e fez com que avançasse”.
Pré-sal e cultura
A presidenta Dilma agradeceu o apoio e destacou: “Não vamos voltar para trás, e faremos isso investindo em educação qualificada, para todos, e colocando a cultura dentro da nossa estratégia de crescimento e desenvolvimento econômico. Não queremos só obras, queremos utopias. Não queremos só vantagens materiais, queremos nos compreender. Vamos colocar a cultura dentro da nossa estratégia de crescimento econômico”.
Tia Surica da Portela e Alcione com Dilma. |
A presidenta lembrou que os recursos do pré-sal também irão garantir os investimentos em educação e em cultura, frisando que não há “alquimia ou milagre” que faça a educação evoluir: “Temos que pagar bem o professor e exigir que ele fique na aula”.
Dilma ressaltou que o ”pessimismo militante” de alguns setores, principalmente da grande mídia, evidencia-se no relativo desconhecimento sobre a riqueza representada pelo pré-sal. Esse “pessimismo” tem causa e se originou na defesa de Lula de um marco regulatório para o setor de comunicação no país.
“Hoje o nível de consciência que o Brasil tem sobre o petróleo que sai do pré-sal é muito baixo, até por conta da desinformação sistemática e do pessimismo militante que viceja e, a gente sabe, é característico da forma como se transmitem as informações na imprensa brasileira”, pontuou Dilma.
A presidenta também manifestou o desconforto com a cobertura da mídia na investigação de casos de corrupção, destacando que “o que é errado no Brasil é a exposição desnecessária de pessoas sem se ter certeza da culpa”.
Marco regulatório da comunicação
O ex-presidente Lula também fez duras críticas à cobertura política feita pela imprensa. “Antigamente, os jornalistas perguntavam pra gente responder; hoje, eles respondem pra gente perguntar! Com isso, assistimos a uma crescente falta de respeito, falta de ética e de responsabilidade do papel do jornalista. A verdade é que a imprensa começa a perder o respeito a partir do momento em que ela deixa de falar a verdade”, argumentou Lula.
Lula enfatizou a necessidade de uma reforma política |
O ex-presidente defendeu a aprovação de um novo marco legal para o setor. “O marco regulatório das comunicações é uma necessidade nesse país (…) O que não é possível é que as concessões do Estado tenham o comportamento que têm”, afirmou.
Lula rebateu a proposta de Marina Silva de “nova política” também defendeu a realização de uma reforma política. “É necessário fazer reforma política como condição política pra gente fazer as reformas básicas. E não é negando a política que se faz a reforma política. É fazendo política – mas, por favor, não me façam mais partido laranja! É preciso criar partidos com bases sólidas. E não é possível falar em nova política sem dizer como, onde e com quem! Porque foi assim que este país já elegeu uma vassoura e um caçador de marajás”.
A deputada federal Jandira Feghali, líder do PCdoB na Câmara e autora da Lei Cultura Viva, também participou do evento. "O grande ato dos artistas com a Dilma selou o enorme apoio que o setor cultural, a intelectualidade e os movimentos sociais dão à sua reeleição. É hora de fazer muito mais na cultura", enfatizou a deputada nas redes sociais.
Com informações de agências