Gabriel Nascimento: Nós, juventude de luta, estamos com Dilma
Desde junho de 2013 a juventude brasileira clama por uma nova política. O clamor, longe de ser representado por Marina Silva e Aécio Neves, era por mais presença do Estado e não sua ausência.
Por Gabriel Nascimento*, para o Vermelho
Publicado 04/09/2014 09:13
Calcada na ideia mirabolante de desregulamentação do Estado, Marina Silva surge na mesma lógica de Collor, prometendo nova política, e a juventude brasileira se lembra bem onde isso foi parar.
Marina é a candidata dos bancos privados, esses que lucram aqui como em nenhum outro lugar, mas que sempre querem mais. Querem governar a economia de um país soberano. Marina é a candidata deles. Eles que querem Estado mínimo. Não a juventude de junho, ainda que não tivesse tal conceito definido, não queria Estado mínimo. Queria transporte de qualidade, saúde de qualidade e educação de qualidade.
As bandeiras neoliberais de desregulamentação do Estado e privatização já nos mostraram que a exemplo de outros lugares do mundo não é exatamente qualidade que o grande empresariado nacional quer nos propiciar. É especulação, precarização do trabalho e alienação do capital humano.
Os jovens que vão votar em Marina, como se ela fosse o Messias da “nova política”, estão equivocados, e precisamos dizer isso a eles. Nós, juventude de luta, estamos com Dilma. Estamos com os governos populares que mais se preocuparam com políticas para a juventude. E esses governos foram os de Lula e Dilma. Foram os governos que criaram uma secretaria nacional só para cuidar de nossa juventude, a Secretaria Nacional da Juventude.
Foram os governos que efetivaram o Conselho Nacional de Juventude. Esses instrumentos propiciaram políticas públicas sem precedentes na história do Brasil.
A Estação da juventude, projeto vinculado à Secretaria Nacional de Juventude, está inserida em diversos municípios brasileiros com projetos voltados aos jovens e à sua emancipação política e social, promovendo o lazer. O plano Juventude Viva é outro deles, que surgiu com o intuito de reduzir o genocídio da juventude negra em nossas periferias, através de uma plataforma nacional.
Os jovens de junho queriam mais espaço na política. A presidenta Dilma sancionou o Estatuto da Juventude, um marco para a juventude brasileira ter direitos garantidos, como o direito à participação social, ao lazer, à educação e à saúde. A candidata Marina Silva está longe de atender a esses anseios dos milhões de jovens brasileiros.
Muitos jovens, graças aos governos Lula e Dilma, estão nas universidades públicas criadas nos últimos dez anos, estudando, ganhando bolsas de produtividade, fazendo pós-graduação, como eu.
Marina não tem condições de atender porque promete enxugamento do Estado e não diz onde vai enxugar. Toda vez na história do mundo ocidental que ouvimos isso, os gastos com programas sociais, saúde e educação foram cortados. Essa é a pauta prioritária da candidata verde por fora e azul por dentro.
Aliada a banqueiros e empresários sonegadores, Marina tem em sua equipe defensores do Estado mínimo e da independência do Banco Central. Será que os jovens portadores do crédito FIES, que hoje cursam pela primeira vez uma faculdade, sabem que a taxa de juros que, com a independência do Banco Central pode vir a subir demasiadamente, pode encarecer muito mais seu futuro e comprometer seus pagamentos? Eu, francamente, acho que não.
É por isso que temos que debater com a juventude brasileira. A juventude que hoje tem direito de votar aso 16 porque a UJS travou essa luta e venceu. A juventude que derrubou Collor e não se curvou ao neoliberalismo. A juventude que elegeu Lula e ajudou a construir as políticas públicas desses últimos 10 anos. Nós, juventude de luta, estamos com Dilma.
*É mestrando em Linguística Aplicada e membro da União da Juventude Socialista