Conjuntura Estadual, por Bernardo Jofily

*Este texto é o resultado de uma discussão coletiva do PCdoB/SC, construído durante o processo de definição do projeto eleitoral partidário para 2014

O PCdoB de Santa Catarina toma posição na disputa eleitoral de 2014. Nossas metas são:

1. Conquistar a quarta vitória do povo brasileiro, reelegendo a presidenta Dilma Rousseff;

2. Garantir novos avanços do PCdoB-SC, elegendo Angela Albino deputada federal;

3. Manter a representação na Assembleia Legislativa, elegendo um ou mais deputados estaduais.

O objetivo é acelerar o ciclo de mudanças iniciado com a eleição de Lula. Para nós, os avanços destes 12 anos são só o primeiro passo. Queremos muito mais:

 Mais emprego

 Mais salário

 Mais progresso, mais rápido e sustentável

 Mais saúde, educação, transporte, segurança, moradia

 Mais cultura e esporte

 Mais democracia, reforma política e regulação da mídia

 Mais soberania nacional.


Para concretizar este objetivo é preciso uma ampla união, apoiada pela grande maioria. Em Santa Catarina, esta união é a aliança de centro-esquerda para reeleger o governador Raimundo Colombo (PSD), seu vice, Pinho Moreira, e levar ao Senado Dário Berger (os dois do PMDB).

Chegamos a esta posição após vários meses de robusto debate, democrático, aberto e aprofundado, na direção e na base do PCdoB-SC, sempre acompanhado pela direção nacional do Partido. Passo a passo, fomos construindo a unidade. No final, na convenção estadual do PCdoB catarinense em 28 de junho, chegamos a uma sólida maioria: 89,74% dos votos a favor e 10,26% contrários – os quais também respeitam a decisão aprovada.

Não foi uma decisão automática. Afinal, Colombo foi eleito em 2010 pelas forças conservadoras e fez um governo que nosso Partido criticou em vários aspectos.
Porém o aprofundamento do nosso debate valorizou o passo adiante dado pelo PSD e pelo governador, quando rompeu com o velho PFL-DEM e aderiu à base de apoio do governo Dilma. Esta mudança de campo foi decisiva para nossa conclusão. Ela gera a expectativa de uma mudança correspondente na prática concreta do governo, compatível com a era de mudanças que iniciamos. A presidenta Dilma também pensa assim, como deixou claro em sua visita de 17 de junho ao nosso estado, o que fortalece nossa convicção.

A campanha eleitoral confirmará esta análise. No seu início, é compreensível certa relutância diante de Colombo por parte de setores do povo catarinense como servidores públicos, trabalhadores da Casan e cidades do Oeste do estado. Porém até outubro o confronto das propostas e atitudes vai mostrar quem é quem.

Entre os 12 partidos que apoiam a chapa Colombo-Dário, há legendas de centro, como o PMDB e o PSD, mas também de esquerda, como o PDT e o PCdoB. Este último traz para a coligação sua aguerrida militância, sua história de quase um século, repleta de incontáveis lutas e sacrifícios, a bandeira vermelha da foice e do martelo, seus princípios e seu Programa Socialista. A participação do PCdoB é um aval importante, que transborda dos limites da legenda comunista. Com certeza ela influirá na decisão do eleitorado progressista e do povo trabalhador. Ao mesmo tempo, como toda aliança inclui unidade mas também luta, o PCdoB defenderá sempre, no interior da coligação, a causa das mudanças avançadas.

Lamentavelmente, o PT local não integra essa unidade. Contra a opinião de Dilma e Lula, ele lançou uma chapa “puro-sangue”, sem apoio de nenhum outro partido. Nós, do PCdoB, esperamos que o PT-SC não perca de vista que nesta eleição há aqui dois palanques pró-Dilma; e que respeite os interesses maiores da campanha presidencial.

Para não deixar nenhuma dúvida sobre o conteúdo da disputa, os setores catarinenses anti-Dilma se uniram por sua vez em uma única chapa, puxada pelo PSDB. Encerradas as convenções, ali estão as mais notáveis figurinhas carimbadas do conservadorismo, da reação neoliberal, o mesmo “Arenão” dos lambe-botas da ditadura de outrora, desde o PP da família Amin até o bizarro “PSB” da família Bornhausen.

É esta a batalha que será travada de agora até outubro. Para ela estão chamados os comunistas e todo o povo catarinense a refletir sobre o posicionamento assumido pelo Partido. Precisamos da energia, talento e firmeza de todos, pois nunca em toda a sua longa história o PCdoB de Santa Catarina se colocou metas tão audazes como estas de 2014: só Angela Albino precisará superar 90 mil votos para se eleger federal.


À vitória.