PCdoB-CE: Comissão Política avalia cenário eleitoral

Luis Carlos Paes, presidente estadual do PCdoB-CE iniciou sua intervenção fazendo uma análise do cenário político nacional. Ele citou a tragédia que vitimou Eduardo Campos, candidato do PSB, e que levou Marina Silva a entrar no embate presidencial. “Este fato cria grande impacto neste período inicial de campanha. A indicação de Marina pelo PSB aconteceu sob forte pressão da mídia e de setores conservadores, podendo significar a realização de um segundo turno, inclusive com sua ida para a disputa”. O comunista destacou que a campanha de Marina, por outro lado, depara-se com vários problemas internos a serem resolvidos, inclusive pela não unificação do PSB em torno de seu nome e dificuldades com a coordenação da campanha que sofreu defecções.

De forma abrangente, Paes considera que esta eleição vai girar em torno do debate de dois projetos. “Um deles foi iniciado por Lula em 2003, continuado pelo próprio Lula a partir de 2007 e conduzido por Dilma desde 2011. O outro, o da direita, representa o retrocesso”. O dirigente comunista destacou que cada governo progressista, trabalhando dentro de realidades políticas e econômicas próprias, deu sua contribuição, garantindo avanços inegáveis e amplas melhorias para a vida da maioria do povo. “Este é um projeto que avaliamos ser altamente positivo”, defendeu.

Este protagonismo que o país assumiu depois dos governos de Lula e Dilma tem tido reflexos não só no Brasil, com a geração de milhões de emprego, aumento nos salários, abertura de 18 novas universidades e ampliação dos programas sociais retirando mais de trinta milhões de pessoas da miséria, mas também na América Latina e no mundo.

“O Brasil tem exercido papel importante no redesenho que se desenvolve no planeta. A política externa deixou de se submeter aos interesses dos Estados Unidos e da Europa rica. O país ampliou sua presença na América Latina, na África e na Ásia. A construção recente do Porto de Mariel, em Cuba, e vários empreendimentos em infraestrutura em países sul-americanos fortalecem a liderança do Brasil na região, geram empregos e renda para o nosso povo e importantes divisas internacionais. A realização da última cúpula do BRICS em Fortaleza, que decidiu pela criação de um Banco de Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas, um fundo de emergência para países em dificuldades com o seu balanço de pagamentos, representa um contraponto importante ao Banco Mundial e ao FMI”, exemplificou. “A verdade é que vivemos um novo momento no mundo e no Brasil e não podemos permitir que haja um retrocesso”.

Ceará em foco

No cenário local, o dirigente comunista também destacou avanços liderados pelo governo Cid Gomes e auxiliado pelos partidos da base aliada, dentre eles o PCdoB. “Só na área da Educação citamos o Programa de Alfabetização na Idade Certa, o PAIC, projeto cearense que se tornou modelo nacional, onde crianças aprendem a ler e escrever; a inauguração de 104 escolas profissionalizantes, em tempo integral, que beneficiam jovens de todas as regiões do Estado; a criação da Unilab, da Universidade Federal do Cariri e a implantação de vários campi da Universidade Federal do Ceará em vários municípios do interior. Na Saúde, por iniciativa do PCdoB, foi expandida extraordinariamente a rede de saúde pública para todo o interior com a construção de quatro hospitais regionais, policlínicas de especialidades médicas, centros de especialidades odontológicas e UPAs. Os avanços da atual gestão na área de infraestrutura garantindo água, energia, estradas, comunicação e o fortalecimento do pólo industrial no entorno do Porto do Pecém com a implantação de uma siderúrgica e da refinaria vão garantir melhores condições de desenvolvimento do Estado”, enumerou o comunista.

Segundo Luis Carlos Paes, estas forças políticas, tanto no cenário estadual quanto no nacional, são as que estão mais próximas do projeto do PCdoB. “Estes são os aliados que mais se aproximam de nossos objetivos de construir um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que valorize o trabalho. Projeto que realize reformas estruturais profundas, tais como uma reforma política que reduza a influência do poder econômico nas eleições, fortaleça os partidos e amplie a democracia participativa; uma reforma tributária que tribute mais a renda, a propriedade e a riqueza e alivie a produção e o consumo; uma reforma do sistema financeiro que implique no financiamento mais amplo e menos oneroso à produção e ao consumo; as reformas agrária e urbana e a inadiável democratização dos meios de comunicação. E, ao mesmo tempo, contemplando mais conquistas econômicas e sociais para o nosso povo trabalhador”, ponderou.

Projeto do PCdoB

O presidente estadual da legenda ratifica o projeto eleitoral do PCdoB cearense para as próximas eleições: eleger Inácio Arruda e Chico Lopes deputados federais, eleger três deputados estaduais e contribuir para as eleições de Dilma presidenta, Camilo governador e Mauro Filho senador. “Temos total convicção destes objetivos”, reafirmou.

“Fazemos parte de um partido com história, tradição, compromisso, personalidades políticas respeitadas e, nessa campanha, contamos com uma chapa de deputados estaduais de grande potencial eleitoral, vários prefeitos de nossa legenda e outros aliados e amigos, vereadores e lideranças em todo o estado que certamente contribuirão para o êxito de nosso projeto, em especial no que diz respeito à eleição de nossos dois federais, compromisso assumido pelo Ceará relativamente ao projeto nacional do Partido”.

Na reta final da campanha, com seis semanas para o pleito, o presidente do PCdoB-CE destaca a importância de o Partido se manter unido em torno de seu projeto, tratando com firmeza e flexibilidade eventuais problemas políticos, buscando resolver as dificuldades materiais junto com a militância e aliados. “O time entrou em campo para vencer e, no curso do jogo, estaremos prontos para efetuar os ajustes necessários para garantir seu êxito”, finalizou.

De Fortaleza,
Carolina Campos