Deputado pede convocação de envolvidos em denúncia de suborno

 

Deputado Othelino cobra obras em Monção

 O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) apresentou requerimento, junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (13), convocando o secretário de Planejamento do Maranhão, João Bringel, a procuradora geral do Estado, Helena Cavalcante Haickel, a secretária adjunta de Seguridade, Graça Marques Cutrim, e o ex-chefe da Casa Civil, João Abreu, para se explicarem quanto à denúncia de suposto suborno e propinagem contra o governo do Maranhão, feita em nível nacional, por meio da rede Globo, na última segunda-feira (11). “O caso é grave e é preciso que eles se expliquem”, frisou o parlamentar.

Na segunda-feira (11), o Jornal Nacional veiculou matéria onde dá conta que teve acesso ao conteúdo de um depoimento de Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, que foi um dos presos na operação Lava Jato. Segundo a Polícia Federal, ela revelou um suposto esquema de suborno, envolvendo pagamentos judiciais, o doleiro, a construtora Constran e integrantes do governo do Maranhão, entre eles a governadora Roseana Sarney, os secretários, a procuradora e o ex-chefe da Casa Civil.

Segundo Othelino Neto, o requerimento não significa pré-julgamento ou tentativa de desqualificar os secretários, a procuradora e o ex-chefe da Casa Civil. Para o deputado do PCdoB, quem os expôs foi o governo do Maranhão em nível nacional. “O que estamos querendo é dar uma oportunidade aos integrantes do governo e ao ex-secretário para que tenham oportunidade de vir à Assembleia explicar o que aconteceu. Não se trata de pré-julgamento. Respeitamos as pessoas. Não estamos maculando ninguém”, afirmou.

O deputado disse ainda que, quando o requerimento for votado, é que a população vai saber se os parlamentares governistas querem dar essa oportunidade aos secretários para que esclareçam os fatos. “Eles têm o direito e o dever de dar explicações. O governo está sob suspeita e precisa se explicar para a sociedade. A explicação que a governadora deu em pronunciamento foi terrível. Ela se expôs ainda mais. Era melhor ter ficado calada”, frisou.

Entenda o caso

O depoimento foi prestado na quinta-feira (07) à Polícia Federal, em Curitiba. Meire Poza é contadora da GFD que, segundo a Polícia Federal, é uma das empresas de Alberto Youssef. Ela decidiu contar aos investigadores o que sabe sobre as operações financeiras do doleiro e de suas empresas.

Segundo a contadora, a construtora Constran pediu que Alberto Youssef subornasse o governo do Maranhão oferecendo R$ 6 milhões. Em troca, a empresa furaria a fila desses pagamentos judiciais e receberia, antecipadamente, R$ 120 milhões em precatórios, que são dívidas de governos reconhecidas pela Justiça. Por ter negociado o acordo, o doleiro receberia R$ 12 milhões.

Depois da suposta combinação, o governo estadual começou a liberar as parcelas do precatório, no valor de R$ 4,7 milhões cada uma. Até agora, foram pagos R$ 33 milhões. A última parcela, de acordo com o portal da transparência do Maranhão, foi paga no dia seis.