Argentina vive expectativa por audiência de "fundos abutres"
As expectativas crescem em meios oficiais e econômicos da Argentina, devido à audiência que será realizada na próxima terça-feira (22), em Nova York, sobre o conflito especulativo criado pelos fundos abutres.
Publicado 21/07/2014 15:44
Apenas nove dias antes de vencer o prazo para tentar um acordo com esses proprietários de bonus, com vistas a reestruturar a dívida como fizeram 93% dos credores da Argentina, todas as partes se encontrarão com o juiz Thomas Griesa.
A audiência de terça-feira, aceita por Griesa, foi solicitada por representantes de credores e de bancos nos quais a Argentina depositou cerca de 900 milhões de dólares para saldar, como vem fazendo, as dívidas reestruturadas, mas congeladas pelo magistrado nova-iorquino a favor dos fundos abutres.
Os credores que esperam a liberação desse dinheiro esperam obter uma posição firme do juiz.
Além disso, estarão Griesa, os bancos fiduciários e o pequeno grupo de proprietários de bônus que demandaram o país e obtiveram a decisão favorável do magistrado.
O governo da presidenta Cristina Fernández reiterou sua disposição a discutir com os bonistas reacionários uma solução reestruturada justa, como a oferecida à grande maioria de seus credores, e evitar assim um problema que pode ter consequências sistêmicas na estrutura financeira internacional.
A preocupação dos diretores do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial está no caso de que se não haja acordo para as partes em disputa, desaparecendo assim os acordos de reestruturação do pagamento da dívida feitos pelos países devedores com seus prestamistas.
Para dar mais força à polêmica, com os fundos abutres vem se disseminando a ideia de que a Argentina poderia ser declarada em moratória, default segundo o termo em inglês, o que foi negado.
O ministro argentino de Defesa, Agustín Rossi, disse que o "default" é uma ação voluntária de um país que deixa de pagar, o que não é o caso da Argentina, que vem pagando do jeito que tinha que fazer, cumprindo as normas e as regras.
Os fundos foram depositados em bancos estadunidenses, mas estão retidos pelo ditame de Griesa.
Depois da rejeição da Corte Suprema dos Estados Unidos a se envolver no litígio dos fundos abutres, Griesa designou o advogado Daniel Pollack para oficiar como mediador na negociação sobre a forma e o prazo do pagamento de 1,33 bilhões de dólares.
Esse foi o total determinado pelo magistrado a favor desse grupo de detentores de bônus, mas sem resultados concretos até hoje.
Perante esta situação, foi aberto um período de graça de um mês que vence em 30 de julho, para que a Argentina não entre no que os economistas chamam de moratória.
Fonte: Prensa Latina