Ofensiva ucraniana atinge casa na Rússia e mata um civil

Um projétil disparado pelas forças armadas ucranianas, que têm bombardeado cidades no leste e no sudeste, acabou atravessando a fronteira e atingindo uma casa na Rússia, matando um civil, neste domingo (13). Andrey Shulyatyev morreu na hora, na região de Rostov, enquanto sua filha mais velha buscava abrigo para os irmãos, de acordo com a emissora Russia Today.

Rússia Ucrânia - RIA Novosti / Sergey Pivovarov

A Chancelaria russa condenou o “ato obviamente agressivo” e advertiu para as “consequências irreversíveis” que ele poderia acarretar.

Além da morte de Andrey, outras duas pessoas ficaram feridas na explosão. “Ouvi um grito, era do meu irmão mais novo, agarrei-o e corri para a saída. Depois ouvi o grito do meu pai,” disse Irina, de 20 anos. “Fomos à varanda e vimos meu pai caído, sem um braço, gritando. Eu estava em choque.”

Irina disse ao irmão, de 11 anos, para ir se esconder. “Não conseguia chamar a ambulância, então saímos e fomos até os vizinhos, para pedir ajuda. Mas antes que chegasse a ambulância, meu pai morreu.” A esposa de Andrey estava trabalhando no turno noturno de uma loja e pôde ouvir a explosão. Na mesma ocasião, duas vizinhas ficaram feridas, inclusive uma senhora de 80 anos de idade.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, expressou “preocupação extrema” sobre a ofensiva militar da Ucrânia e também sobre o incidente em que o projétil atravessou a fronteira, matando o cidadão russo. O Conselho Nacional de Segurança da Ucrânia declarou, no mesmo dia, que os soldados ucranianos envolvidos na operação militar no leste do país não tiveram responsabilidade pelo ocorrido.

A operação contra civis no leste e no sudeste do país foi lançada pouco depois do golpe de Estado, em fevereiro, para combater aqueles que não reconheceram a legitimidade do novo governo interino e do eleito depois.

Os insurgentes, que têm sido classificados de "pró-russos", exigiam a federalização, a independência e até a reintegração à Rússia, mas muitas das vítimas da operação, que já causou centenas de mortes, dizem não estar envolvidas na resistência ou em qualquer movimento político.

Com informações da Russia Today