Parlamento Europeu: Militares gregos integram candidatura neonazista
Elefterios Synadinos, major-general do Exército grego que foi diretor das Forças Especiais, é candidato ao Parlamento Europeu na lista do partido neonazista Aurora Dourada.
Por Pilar Camacho, de Bruxelas para o Jornalistas sem Fronteiras
Publicado 14/05/2014 09:09
Com 58 anos, depois de ter feito toda a carreira militar, desde 1979 nas Forças Especiai – onde chegou a diretor por designação do Estado Maior – o major-general Synadinos, da arma de Infantaria, é a imagem pública das conhecidas cumplicidades entre as forças de segurança de Atenas e os círculos nazis, de que o Aurora Dourada é a força mais visível.
“Não é surpresa que tal aconteça”, afirma Nikos Georgiadis, ex-assistente parlamentar em Bruxelas, “mas é um sinal de força e de presença dado pelos neonazistas a toda a Grécia, dizendo que recrutam sem qualquer constrangimento no topo das hierarquias das forças de segurança – mesmo que em situação de reserva”.
O partido Aurora Dourada foi autorizado a concorrer às eleições europeias por decisão dos tribunais, tomada com base no fato de os seus deputados com contas na justiça ainda não terem sido condenados.
Dirigentes e deputados do grupo neonazista foram acusados e aguardam julgamento por vários crimes de sangue, designadamente o assassinato, em setembro passado, do rapper antifascista Pavlos Fissas, que usava o nome artístico de Killah P.
Nesses mesmos dias do mês de setembro, recorda Nikos Georgiadis, um pronunciamento no site dos reservistas das Forças Especiais apelava à demissão do governo e à declaração do estado de exceção, sob a responsabilidade das instituições militares. O Aurora Dourada associou-se a esse movimento golpista.
A lista do Aurora Dourada para as eleições europeias, nas quais as sondagens lhe atribuem cerca de oito por cento, é integrada por outro militar, o brigadeiro Georgios Epitideios, também licenciado em Direito, e que se candidata para que os nacionalistas impeçam a Grécia e a Europa “de se dissolverem em outra coisa qualquer”.
Fonte: Jornalistas sem Fronteiras