Celso Amorim defende ampliação de investimentos na Defesa
Durante o seminário “Os Projetos Estratégicos das Forças Armadas: contribuição ao Desenvolvimento Nacional”, realizado nesta terça-feira (6), na Câmara dos Deputados, o ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou que o orçamento da pasta deveria chegar, no prazo de uma década, a 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Publicado 07/05/2014 15:48
“Seria razoável que, num horizonte de dez anos, pudéssemos passar para um percentual de cerca de 2% do PIB. A par do aumento da proporção dos gastos de defesa em relação ao PIB, é fundamental que a destinação desses recursos seja estável e previsível”, afirmou o ministro, informando que os recursos da área passaram de R$3,7 bilhões para R$18,3 bilhões entre 2003 e 2013.
“Se consideramos apenas os gastos com investimentos, saltamos de R$900 milhões para R$8,9 bilhões”, acrescentou Amorim.
"O Brasil é uma potência nas áreas alimentar, ambiental e energética. São nesses segmentos em que a escassez de recursos, face à crescente demanda mundial, pode gerar crise como reconhecem estudos feitos por entidades conceituadas de diversas nações. Temos assim que nos precaver contra possíveis ameaças aos nossos recursos e à nossa soberania", declarou.
Os convidados e parlamentares que participaram do seminário foram unânimes em afirmar que é necessário ter recursos estáveis para a defesa nacional. Celso Amorim explicou que, além do aumento dos recursos, o setor se beneficiaria do aumento do poder de compra de outros órgãos como as empresas estatais, que também têm interesse em defesa cibernética. Ele ainda explicou que é preciso aumentar a cooperação internacional e a exportação de produtos de defesa.
Desde 2008, com a elaboração da Estratégia de Defesa Nacional, o País vem ampliando a pesquisa e a produção de equipamentos de defesa, e já existem 48 empresas certificadas como estratégicas. Elas recebem incentivos fiscais estabelecidos pelo Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa (Retidi).
Durante o debate, o major-brigadeiro-do-ar José Euclides Gonçalves solicitou ao governo que seja ampliado ou eliminado o prazo final do Retidi, que vence em março de 2017. Gonçalves lembrou que os investimentos no setor são intensivos, caros e de longo prazo.
Participação do governo
O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Ronaldo Carmona, salientou que o Brasil já tem pessoal qualificado para a pesquisa científica de ponta que o setor exige. Ele lembrou que foi a pesquisa militar mundial que criou a internet e o GPS.
E defendeu a participação do governo em algumas empresas: "Ainda será necessário escolher companhias nacionais que devem contar com participação do Estado no seu capital acionário e conselho de administração. Estratégia já definida pela legislação, mas pendente de implementação".
Carmona acrescentou que o Executivo vem atuando de maneira correta, porém criticou o fato de o País ter metas para a inflação e não para o crescimento econômico. Ele defendeu uma “reindustrialização”, que poderia ser puxada inclusive pela indústria militar.
Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara