"Ninguém pode lavar as mãos" por acidente em mina na Colômbia
"Ninguém pode lavar as mãos e e se eximir da responsabilidade que devemos compartilhar", afirmou nesta sexta-feira (02) o ministro colombiano Amylkar Acosta sobre o desabamento de uma mina de ouro em Santander de Quilichao, na noite de quarta-feira (30). Vinte pessoas ainda estão soterradas e, até agora, três mortos foram resgatados. As famílias e os serviços de emergência não acreditam que possa haver sobreviventes.
Publicado 02/05/2014 17:10
Segundo Acosta, o acidente ocorreu em uma mina ilegal, onde os trabalhadores, "gente humilde e com precariedade social e econômica", eram usados como "escudos humanos". A Agência Nacional de Mineração da Colômbia declarou que, há mais de um ano, "vem fazendo advertências sobre os altos riscos da exploração ilegal dos recursos nesta zona do departamento de Cauca para a vida humana".
O prefeito de Santander de Quilichao, Luis Eduardo Grijalba, chegou a denunciar a ilegalidade da mina e tentou confiscar a maquinaria pesada do setor no último dia 25 de fevereiro. "O prefeito denunciou a presença de grupos ilegais que impõem sua lei e que inclusive fizeram sair do município o secretário do governo [Ricardo Cifuentes], que tentava controlá-los", declarou Acosta.
Acidente
Às 23h locais (1h do dia 01/05 em Brasília) na quarta-feira, a mina de ouro em Santander de Quilichao desabou, deixando 20 pessoas soterradas sob dez mil metros quadrados de terra e pedras. Na mina de 30 metros de profundidade, oito retroescavadeiras trabalhavam durante 24 horas por dia para fazer a retirada do ouro. Depois do acidente, as máquinas começaram a ser utilizadas para resgatar os corpos.
Os três mortos, os únicos que já foram resgatados, caminhavam à beira da mina, segundo o jornal El Espectador, e foram arrastados pelo deslizamento de terra; por isso, foi fácil recuperar seus corpos.
Este é o segundo acidente envolvendo uma mina em uma semana na Colômbia. No último sábado (26), uma mina explodiu na cidade de Buriticá, no departamento de Antioquia, nordeste do país. Quatro pessoas foram mortas e 25 ficaram feridas.
Fonte: Opera Mundi