Relações bilaterais: Brasil e China realizam Diálogo Estratégico
O ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wang Yi, irá presidir, ao lado do ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, a sessão inaugural do Diálogo Estratégico Global Brasil-China nesta sexta-feira (25), em Brasília. Em 2014, as relações diplomáticas entre os dois países completam 40 anos. Os dois países cresceram muito economicamente e, desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil.
Publicado 25/04/2014 11:11
O Diálogo Estratégico Global foi estabelecido em 2012, no contexto da elevação das relações bilaterais ao nível de Parceria Estratégica Global. Neste mesmo ano, as trocas comerciais chegaram a US$ 75,4 bilhões, com US$ 41,2 bilhões de exportações brasileiras, um superávit de US$ 7 bilhões em relação aos US$ 34,2 bilhões de importações em produtos chineses.
Em 2013, as trocas comerciais bilaterais alcançaram US$ 83,3 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 8,7 bilhões. Os dois países mantêm importantes fluxos de investimentos nos setores de comércio, indústria e serviços. Nos últimos anos, o Brasil tem-se posicionado como o quarto principal destino de investimentos estrangeiros chineses no mundo.
Grandes empresas brasileiras também tem se consolidado na China, como Embraer, Vale, BRFoods e Votorantim. De acordo com o Itamaraty, o Banco do Brasil também inaugurará uma agência em Xangai no próximo mês.
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O mecanismo de Diálogo Estratégico prevê reuniões anuais entre os chanceleres para tratar de temas da agenda sino-brasileira. Esta primeira sessão do Diálogo Estratégico Global servirá também para a preparação da visita de Estado do presidente Xi Jinping a Brasília.
Além disso, a visita de Wang Yi antecipa os assuntos que devem ser tratados durante a 6ª Cúpula do Brics (associação de comércio formal entre Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul), que acontece em Fortaleza, no dia 15 de julho, após a Copa do Mundo. O fórum em ascensão tem incrementado a cooperação entre esses países e pretende influenciar discussões internacionais. Juntos, os cinco países detêm quase 30% do território e mais de 40% da população mundial, além de aproximadamente 22% do PIB global.
China e América Latina
O ministro de Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, passou também por Cuba, Venezuela e Argentina, onde se encontrou com a presidenta, Cristina Kirchner. Na reunião, Cristina lembrou que nos últimos anos a China acelerou o ritmo da reforma e conseguiu grande sucesso no crescimento econômico, sendo um modelo entre os países em desenvolvimento. A Argentina presta muita importância à parceria estratégica com a China e espera fortalecer a cooperação em diversas áreas, de forma a promover os avanços das relações bilaterais.
Wang Yi, por sua vez, declarou que o governo chinês quer manter os contatos de alto nível com a Argentina e aprofundar a colaboração nos setores de agricultura, energia, infraestrutura e tecnologia, a fim de alcançar o desenvolvimento e a prosperidade comum.
Théa Rodrigues, da Redação do Vermelho,
Com informações do Itamaraty, Agência Brasil, CRI e agências de notícias