Situação das universidades estaduais é debatida em audiência
O contexto das universidades estaduais em face da expansão das federais na Bahia foi o tema da audiência pública realizada pela Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público da Assembleia Legislativa do Estado (AL-BA), na última terça-feira (8/4), em Salvador. A iniciativa é do deputado Álvaro Gomes (PCdoB), presidente da comissão.
Publicado 09/04/2014 13:29 | Editado 04/03/2020 16:15
Para o encontro, foram convidados o professor José Carlos, reitor da UEFS; Nilton Pitombo, coordenador de Ensino Superior da Secretaria de Educação; José Luiz Rech, vice-reitor da Uesb; Ricardo Moreno, representante da Uneb; Marianna Dias, presidenta da União dos Estudantes da Bahia; e Sérgio Barroso, do Fórum das Associações de Docentes.
“É positivo o processo de expansão das universidades federais na Bahia, por causa da ampliação do número de vagas no ensino superior. Precisamos debater este crescimento para que o ensino seja de qualidade”, defendeu Álvaro Gomes, ao abrir a audiência. As universidades federais criadas no interior do estado foram a UFRB, a Univasf, a Ufob e a UFSB.
O representante da Secretaria de Educação destacou a importância de debater a demanda de oferta de cursos e repensar graduações como: as engenharias, as da área de saúde e cursos de licenciatura como geografia, história e sociologia.
Mesmo com a interiorização do ensino superior na Bahia, apenas 7,5% da população têm acesso às universidades.
Para José Carlos, reitor da Uefs, essa é uma realidade dramática e que precisa ser contornada. O reitor afirmou que não há um conflito entre a Universidade de Feira de Santana e a UFRB, que também está instalada na Princesa do Sertão. “As universidades federais são bem-vindas, precisamos de mais universidades, a população precisa ter acesso à educação”.
Segundo Ricardo Moreno, representante da Uneb, o que há é uma relação desigual entre as universidades federais e estaduais, do ponto de vista dos investimentos. Sobre isso, o vice-reitor da Uesb afirmou que a tendência é perder alunos por conta da estrutura das universidades estaduais.
Marianna Dias, da UEB, acredita que as universidades estaduais precisam pensar em uma reestruturação como as universidades federais. A estudante deu o exemplo do Reuni, que, segundo ela, modificou a concepção da educação nas universidades federais e que, em relação a isso, as universidades estaduais ainda estão atrasadas, com cursos que não interagem entre si.
O orçamento das quatro universidades estaduais gira em torno de R$ 1 bilhão e se multiplicou por quase três vezes, mas diminuiu o custeio e o investimento. Para todos os representantes das universidades, há uma necessidade do aumento de verbas no orçamento das estaduais. “O ensino docente defende a ampliação com qualidade, não existe dicotomia. Defendemos a ampliação das vagas, mas temos um problema sério no financiamento das universidades”, disse o representante dos Foruns das AD's.
Da Redação
*Colaborou Ascom/ Assembleia