Equador realiza conferência sobre os Golpes de Estado suaves
O jornalista francês Maurice Lemoine dissertará nesta quarta-feira (2) em Quito sobre as técnicas que utilizam os setores conservadores para desestabilizar os novos governos de esquerda na América Latina.
Publicado 02/04/2014 13:09
A conferência será dada pelo ex-chefe de redação do diário Le Monde Diplomatique na sede do Centro Internacional de Estudos Superiores de Comunicação para a América Latina (Ciespal), intitulado Golpes de Estado light (suaves).
Como anunciou a Secretaria de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação, Lemoine fará um levantamento histórico dos golpes e desestabilizações ocorridos na América Latina desde a deposição do governo do presidente chileno Salvador Allende, em 1973.
Foi a partir dessa data que os Estados Unidos implementou a doutrina de segurança nacional para instalar ditaduras na região, e que afetaram outros países como Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Peru, e Uruguai, acrescenta o texto divulgado pelos organizadores da palestra.
O jornalista francês afirma que depois dos resultados catastróficos dos governos neoliberais que substituíram as ditaduras nos anos 1990 do século passado, começou a gestar-se a ideia de contar com autoridades que mudassem as regras do jogo.
“A partir de 1998, são eleitos vários presidentes de esquerda que, por recusar a ingerência dos Estados Unidos, têm sido alvo de ataques desestabilizadores e golpes de Estado como os ocorridos na Venezuela em 2002, Haiti (2004), Bolívia (2008), Honduras (2009), Equador (2010) e Paraguai (2012)”, assinala o texto.
Especializado em temas da América Latina, Lemoine é autor de vários livros, entre os que se destacam A dívida, Os náufragos de Esquipulas e Cinco cubanos em Miami, dedicado aos lutadores antiterroristas da ilha caribenha presos nos Estados Unidos.
A palestra do especialista francês terá como tema central a atual crise desatada pela violência opositora na Venezuela, e a recente denúncia feita pelo presidente Rafael Correa, no sentido de que a chamada guerra de quarta geração é um dos perigos que enfrenta a Revolução Cidadã no Equador.
Na segunda-feira (31) o presidente equatoriano alertou que os protagonistas dessa estratégia são os meios de comunicação hostis ao governo e as Organizações Não Governamentais.
Fonte: Prensa Latina