Seminário homenageia Clóvis Moura e relança Rebeliões da Senzala 

Neste sábado (22), no Centro Cultural São Paulo, durante o seminário “O pensamento Radical de Clóvis Moura”, será lançado a 5ª edição do livro “Rebeliões na Senzala: quilombos, insurreições e guerrilhas”, de autoria do pensador Clóvis Moura.

O evento, promovido pela Fundação Maurício Grabois e a Unegro, com apoio da UJS e ANPG e parceria da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Município de São Paulo, contará com a realização de mesas de debates que começarão às 14 horas, discutindo o impacto da obra desse intelectual revolucionário.

Em entrevista ao Portal da Fundação Maurício Grabois, o jornalista José Carlos Ruy, “a importância de ‘Rebeliões da Senzala’ reside justamente no seu caráter fundador – aliás, importância reconhecida por Nelson Werneck Sodré que, em seu ‘O que se deve ler para conhecer o Brasil’, classificou o livro como o primeiro grande painel da luta dos escravos no Brasil”.

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Em entrevista à Rádio Vermelho, o presidente da Unegro, Edson França, explicou que "se trata de uma obra seminal, extremamente importante para o entendimento do que foi o escravismo no Brasil. Ao relançar esse livro, a Fundação Maurício Grabois dá uma grande contribuição para o embate de ideias no Brasil. Além de não permitir que Clóvis Mouta caia no esquecimento. Nossa meta é reeditar toda a obra de grande pensador".

O professor Kabengele Munanga, por sua vez, considera "Rebeliões da Senzala” a “primeira obra na historiografia brasileira a tratar da questão das rebeliões negras de maneira sistemática, mostrando com fatos históricos o alastramento desse fenômeno em todo o território brasileiro”. Clóvis Moura teria sido “um dos primeiros a desmistificar a ideia do negro submisso que não se importava com sua situação de cativo e a colocar em pauta a questão de sua participação no processo abolicionista e libertário, habilitando-o como sujeito de sua história e da história do Brasil”.

Clóvis Moura, afirmam Augusto Buonicore e Edson França na orelha do livro, “foi um intelectual orgânico de esquerda, militante do Partido Comunista e do movimento negro. Ao longo de sua vida, de forma consequente, procurou dar continuidade às pesquisas iniciadas na década de 1940, construindo uma rica obra comprometida com a superação do racismo e a emancipação de todos os brasileiros”. Por isso ele deve ser lido e estudado pelas novas gerações de combatentes sociais.

Serviço:

Seminário Pensamento Radical de Clóvis Moura: Nos 10 anos de sua morte
22 de março (sábado)
Ás 14 horas
Local: Centro Cultural São Paulo (rua vergueiro, 1000, bairro Paraíso, São Paulo)

Da Redação do Vermelho
Com informações da Fundação Maurício Grabois