Rússia responsabiliza Ocidente por golpe de Estado na Ucrânia
O vice-ministro russo Vasili Nebenzya afirmou nesta quinta-feira (6) que o ocorrido na Ucrânia foi consequência da equivocada política do Ocidente, com seu apoio às forças ultranacionalistas nesse país e à deposição do presidente legítimo Víktor Yanukóvich.
Publicado 07/03/2014 05:32
Durante sua intervenção no Parlamento estatal (Câmara dos deputados), Nebenzya considerou que o Ocidente não pôde enxergar sobre o horizonte e olhar mais amplamente essa questão.
O vice-ministro das Relações Exteriores explicou que a incitação e o aberto apoio aos grupos ultranacionalistas e de extrema direita – por parte dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) – conduziram à tomada violenta do poder na Ucrânia.
Em franco desconhecimento do acordo de 21 de fevereiro, assinado pelo destituído Yanukóvich e os líderes da oposição pró-ocidental, a elite direitista registrada nos partidos Batkivschina, Udar e Svoboda, usurpou os poderes executivo e legislativo da Ucrânia.
Amparado nos comandos armados da extrema direita e neofascistas, os líderes opositores decretaram a destituição de Yanukóvich, puseram em vigor a Constituição de 2004 (da “revolução laranja” apoiada pelos Estados Unidos e aliados europeus) e fixaram eleições presidenciais antecipadas para 25 de maio.
Por outro lado, Nebenzya afirmou que a Rússia nunca teve um trato arrogante com a Ucrânia, mas boas relações de parceiros, e considera natural que aspire ver esse país com uma liderança amistosa.
Espero que na Ucrânia haja forças com objetivos comuns, que entendam a necessidade de unir o país, que em si está dividido, acrescentou o diplomata russo.
Reiterou que Moscou continuará os esforços para uma solução da crise na Ucrânia, mas considerou o ultimato inadmissível.
A posição da Rússia, centrada em que a oposição ucraniana cumpra os pontos previstos no acordo de 21 de fevereiro e as denúncias de golpe de Estado nesse país, tem sido alvo de ameaças de sanções por parte de Washington e da UE.
Nebenzya disse que apesar das discussões na quarta-feira (5) entre o chanceler Serguei Lavrov e o secretário norte-americano de Estado, Jonh Kerry, que foram duras, as partes concordaram que é necessário eliminar a linguagem do ultimato e avançar na busca de decisões conjuntas.
Todavia, o vice-ministro russo anunciou que é tecnicamente impossível a celebração em Kíev de uma sessão ao nível de chanceleres da Comunidade de Estados Independentes (CEI), mas descartou que isto seja uma negativa de Moscou ao diálogo.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou para 7 de março o encontro ministerial como parte da agenda da presidência pró tempore ucraniana da CEI neste ano.
A fonte diplomática russa considerou pouco provável esse encontro antes da reunião ordinária interministerial, programada para 4 de abril, em Moscou.
Prensa Latina