Tribunal julga dois egípcios que espionaram para Israel

Investigações oficiais sobre a rede de espiões dos serviços de inteligência israelenses no Egito revelaram que Ramzy Mohamed Shebini fez contato com a Mossad através da Embaixada israelense em 2009; dinheiro era a sua motivação primordial. Em troca, ele expressou todo o seu amor por Israel e uma promessa todas as informações que tivesse sobre a sociedade egípcia e suas instituições.

Mossad - Mossad

Shebini foi para a Áustria sob as ordens da inteligência israelense, que lhe garantiu a sua viagem e acomodação, onde ele encontrou-se com outro acusado, “o oficial da Mossad israelense”, na Embaixada em Viena. Como antigo oficial do Exército, Shebini pôde fornecer aos israelenses informações sobre as Forças Armadas egípcias; ele foi pago por fazê-lo e treinado por seu novo contato sobre como juntar informações úteis e monitorar instituições.

Além disso, investigações mostraram como Shebini conseguiu recrutar o segundo acusado no caso, Sahar Ibrahim Mohamed Salama, para trabalhar para os serviços secretos israelenses e explorar as suas relações com vários homens em diversos papéis de autoridade devido ao seu trabalho como jornalista.

Eles trabalharam coordenadamente para fazer uma análise das tendências na sociedade e na opinião pública, especialmente sobre a Revolução de Janeiro, assim como as ações das Forças Armadas. As informações incluíam também a força e a influência das tendências religiosas políticas e populares, assim como a condição do povo egípcio durante o governo da Irmandade Muçulmana.

Os dois também coletaram informações pessoais dos egípcios que moravam fora do país, o que foi repassado para a inteligência israelense.

Ambos os acusados egípcios receberam 90 mil euros (R$ 295 mil) em dinheiro, presentes e telefones celulares, que foram dados a Shebini durante suas reuniões com diversos agentes israelenses em vários países europeus: a Itália, a Áustria, França, Bélgica, Dinamarca e Grécia.

Ele também esteve sexualmente envolvido com algumas agentes enviadas pela Mossad para monitorá-lo e controlá-lo. Shebini e Salama confessaram ter espionado para Israel; os oficiais da agência israelense, Samuel Bem Zeev e David Wiseman também estão sendo julgados, enquanto o caso continua no Tribunal Penal do Cairo, capital egípcia.

Fonte: Middle East Monitor
Tradução da redação do Vermelho