União de camponeses ressalta impacto da violência em Moçambique
A União Nacional de Camponeses (Unac) de Moçambique advertiu, nesta segunda-feira (17), que os confrontos entre as tropas de governo e grupos armados ligados à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), de centro-direita, podem comprometer a produção agrícola do país neste ano. A Unac estima que a violência atinge diretamente quase 350 mil camponeses, enquanto o governo e a oposição mantêm negociações para suspender os confrontos armados.
Publicado 18/02/2014 16:14
Em um comunicado de imprensa divulgado nesta segunda, a união camponesa disse que “se a situação persistir até março, um impacto negativo brutal pode ser previsto para a presente campanha agrícola, particularmente em Sofala,” a província em que a maior parte dos confrontos tem sido registrada.
O Plano Econômico e Social para 2014, aprovado pelo Parlamento moçambicano em dezembro, propunha um crescimento global de 7,1% da produção agrícola, impulsionando uma produção de grãos em quase 2,3 milhões de toneladas.
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“Mais de 90% da produção nacional de alimentos é garantida por homens e mulheres camponeses,” disse a Unac, “e eles são precisamente os mais afetados pela guerra que está afetando o país.”
A união declarou que os camponeses estão “exigindo que os beligerantes cessem as hostilidades imediatamente e abandonem o caminho armado como forma de resolver disputas. Também urgimos os partidos a restabelecer, com a maior urgência, os mecanismos mais amplos, inclusivos e eficientes de diálogo democrático e transparente,” continua a declaração.
Os confrontos no país duram há quase um ano, com o desafio da Renamo contra o governo da Frente de Libertação de Moçambique, o maior partido do país. Em negociações recentes, os dois partidos têm abordado a principal motivação da oposição ao governo, a reforma eleitoral e, também na segunda-feira, a Renamo enviou ao Parlamento as suas propostas de emenda à lei. Na semana passada, o governo fez concessões importantes sobre a composição civil do secretariado da Administração Eleitoral.
Em dezembro de 2012 a atual legislação foi aprovada pela Assembleia moçambicana, com os votos favoráveis da Frelimo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). A votação resultou na derrota das posições da Renamo, que então embarcou em uma campanha de violência, impulsionando os confrontos pelo país.
Moara Crivelente, da redação do Vermelho,
Com informações do portal All Africa