Inácio Arruda defende diálogo com MST e elogia manifestantes 

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) afirmou nesta quarta-feira (12), à Agência Senado, que Executivo e Legislativo precisam dialogar permanentemente com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O senador esteve com integrantes do movimento durante a marcha pela reforma agrária realizada em Brasília ontem. No final da tarde, os integrantes do movimento passaram pela frente do Congresso e cobraram mais empenho dos parlamentares em favor da desconcentração da terra.

Os manifestantes estão em Brasília para participar do 6º Congresso Nacional do MST, que ocorre até o final da semana. Na marcha desta quarta-feira, o grupo, estimado em 15 mil pessoas pela polícia, também passou pelo Palácio do Planalto para entregar uma carta de reivindicações.

Leia também: Parlamentares manifestam apoio a luta do MST por reforma agrária


Apesar do registro de alguns confrontos com a polícia registrados durante o dia, o senador ressaltou o caráter pacífico do movimento, em tempos de manifestações violentas pelo país.

“Basta ver a atitude que eles desenvolveram durante toda a sua manifestação, com tranquilidade, com proposições, com reivindicações. Não há mascarados, ninguém coloca pano na cara durante a manifestação. Se houver enfrentamento, as pessoas vão estar visíveis. Acho que essa é uma atitude correta, muito boa do Movimento dos Sem Terra”, afirmou o senador.

Para Inácio, o movimento tem razão quando se queixa da maioria de ruralistas do Congresso. Ainda assim, ele garantiu que há parlamentares trabalhando em favor da agricultura familiar e das cooperativas.

O senador lembrou que está em tramitação a Medida Provisória que facilita a quitação de dívidas de assentados da reforma agrária, e disse que fará o possível para atender as reivindicações dos manifestantes sobre mudanças no texto.

O senador discorda da acusação do MST de que a presidenta Dilma privilegia o agronegócio, mas lembrou que algumas questões levantadas pelo movimento são corretas, como a queda no ritmo de assentamentos no Brasil.

“Precisa de mais apoio, sim, de mais atenção, mas não é possível qualificar, de maneira nenhuma, nossa presidente como alguém ligado a ruralistas”, disse.

Inácio Arruda afirmou que o governo quer aumentar a produção no Brasil, seja no agronegócio ou na agricultura familiar e de cooperativas, explicando que é preciso manter o diálogo sempre aberto com as entidades ligadas a terra e a reforma agrária.

“Compreendo que é preciso um diálogo permanente com aqueles que querem estar na terra produzindo, principalmente quando se trata de famílias mais pobres que resolvem entrar no processo de produção de alimentos para a população”, avalia o senador.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado