Maduro quer retomar diálogo com EUA na base do respeito mútuo
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta quarta-feira (16) que, “na base do respeito mútuo”, está disposto a retomar o diálogo com os Estados Unidos em uma tentativa de manter uma “relação positiva” com os norte-americanos. Os dois países tiveram atritos diplomáticos e a Venezuela chegou a expulsar funcionários dos EUA em setembro.
Publicado 16/01/2014 12:54
"Sobre o fundamento básico do respeito, é possível retomar os temas conversados por nossos chanceleres", disse Maduro em referência a um encontro realizado em junho do ano passado pelo secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler venezuelano, Elías Jaua.
Porém, Maduro deixou claro que não quer que “voltem a ocorrer” casos como a recusa do governo norte-americano de deixar o avião presidencial venezuelano sobrevoar território dos EUA, como acusou o presidente durante viagem à China, em setembro. "Já chega dessas perseguições, às vezes infantis, de fustigações. O governo dos Estados Unidos precisa rever a fundo suas ações e entender que a Venezuela é agora um país verdadeiramente independente", afirmou Maduro, ao fazer o balanço de sua gestão diante do Parlamento. Na mesma oportunidade, ele também anunciou mudanças na economia e no corpo ministerial.
Para o venezuelano, os EUA deveriam aceitar "de maneira realista o declínio de seu antigo poderio". Ele argumentou que o governo gostaria de "ter relações fluentes, de comunicação baseada no respeito mútuo com o governo dos Estados Unidos". "Gostaria que em algum momento pudéssemos chegar a um ponto ótimo para, de alguma forma, termos relações positivas com o governo dos EUA e em geral com a sociedade americana", acrescentou.
Venezuela e Estados Unidos mantêm as embaixadas apenas com encarregados de negócios desde o final de 2010, quando ficaram sem embaixadores. As relações chegaram ao pior momento em setembro do ano passado, quando Maduro decidiu expulsar três funcionários da embaixada americana em Caracas por suposta intervenção em assuntos internos. A atitude foi seguida por Washington.
Fonte: Opera Mundi