Congresso da CNTE defende investimentos na educação pública
Com o tema Educação, Desenvolvimento e Inclusão Social, ocorre em Brasília o 32º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), entre os dias 16 e 19. São esperados 2,5 mil participantes para debater os temas sobre a melhoria e valorização da educação pública no país em todos os níveis.
Por Marcos Aurélio Ruy, no Portal CTB
Publicado 07/01/2014 10:17
“Uma das maiores preocupações dos educadores refere-se ao Piso Nacional do Magistério e à sua forma de reajuste anual”, sintetiza Marilene Betros, dirigente da CTB e diretora da APLB – Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia.
A implantação do piso para os professores ainda não se concatenou completamente, porque estados e municípios, alegando falta de verbas se recusam a pagar o piso. Marilene explica que o piso foi uma grande conquista, porque “o magistério lutava pelo seu estabelecimento há anos” e a sua “aprovação foi um alento a todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação no país”, afirma ela, “justamente porque o texto da nova lei determinava que “nenhum educador deveria receber menos do que o piso nacional”.
O Congresso Nacional da CNTE deverá contemplar os anseios dos educadores brasileiros apresentados nas manifestações que ocorreram ao longo de 2013. Por isso “a CNTE defende a integralidade na forma de reajuste para o piso nacional da categoria na forma do custo-aluno e não pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor como pretende o Ministério da Educação (MEC)”, acentua Marilene. “A CNTE não aceita as brechas que governadores e prefeitos têm feito para modificar a lei e não pagar o piso dos professores” reclama. “Pelas nossas contas o piso deveria ser superior a R$ 1.900 e não os R$ 1.451 que o MEC determina agora”.
Dividido em oito temas serão analisadas a conjuntura internacional e nacional, política educacional brasileira, a política sindical, será feito um balanço político, e haverá discussão do estatuto da entidade, além das políticas permanentes, o plano de lutas e estrutura. Todos os temas foram amplamente divulgados para ampliar o debate.
A cetebista enfatiza ainda que a questão salarial é uma das principais maneiras de melhorar a educação no país, mas para ela “investir na educação pública é o único caminho de se construir escolas com condições de segurar as crianças e jovens nos estudos. Somente uma escola aparelhada técnica e humanamente fará que os alunos permaneçam nela até concluírem seus estudos”, conclui. A CNTE deseja uma “educação pública, gratuita, laica, democrática e de qualidade” para empoderar a juventude e incluir a todos no projeto de desenvolvimento nacional.
Também será dada muita ênfase à campanha em favor de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação e para que o Plano Nacional de Educação, recentemente aprovado com texto modificado no Senado, retorne ao texto original na Câmara dos Deputados e finalmente vá para a sanção da presidenta Dilma.