Grupos armados e islamitas entram em confronto na Síria

Confrontos fatais foram noticiados nesta sexta-feira (3) no norte da Síria entre milícias islamitas ligadas à rede terrorista Al-Qaeda e “rebeldes” de outras alianças. Os embates ressalta o aumento das disputas entre os grupos armados que atuam no país, muitos compostos por mercenários e estrangeiros, contra o governo do presidente Bashar al-Assad, com o apoio de alguns vizinhos – como Arábia Saudita, Catar e Turquia – e de potências como os EUA.

Estado Islâmico do Iraque e da Síria - Yaser Al-Khodor / Reuters

Segundo fontes em Alepo, no norte do país, os confrontos eclodiram perto da cidade de Atareb, na província de Idlib, a oeste.

Integrantes do grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS), afiliado à rede Al-Qaeda, inclusive combatentes estrangeiros, entraram em uma batalha contra sete outros grupos armados, que se autodenominam Exército Mujahedin.

“Nós, o Exército Mujahedin, declaramos que defenderemos nós mesmos, a nossa honra, propriedades e terra, e declaramos a guerra contra a organização EIIS, injusta com a lei de Deus, até que dissolva a sua formação e seus membros juntem-se outras formações militares, ou abandonem as armas e deixem a Síria”, dizia uma declaração postada em sua página de Facebook, citada pelo jornal estadunidense The New York Times.

Os sírios de diversas regiões protestaram contra a presença do EIIS, que inclui a tortura e a execução dos que se oponham ao objetivo de criação de um Estado islâmico sunita monolítico e estrito.

O EIIS vinha ganhando terreno na Síria com o apoio estrangeiro, no grosso de ingerências que dão força aos grupos armados, em geral, contra o governo do presidente Assad.

O aumento da presença islamita, ou seja, de extremistas religiosos que usam a violência para promover seus objetivos, é a principal denúncia feita pelo governo contra a interferência externa, com o fim de desestabilizar e fragmentar o país.

O conflito armado no país teve início em 2011, com o impulso dos Estados Unidos, de países europeus e de países árabes da região, com apoio logístico, bélico e financeiro declarado aos grupos armados. De acordo com algumas fontes, cerca de 130.000 pessoas já morreram como resultado da violência, o que classifica a situação como uma guerra civil, alimentada desde o exterior.

O EIIS, cujas raízes são identificadas no Iraque, foi inicialmente bem recebido por diversos grupos “rebeldes”, e tornou-se numa força significativa contra o governo do presidente Assad, mesmo que suas origens sejam diretamente ligadas à rede terrorista Al-Qaeda, o que evidencia o objetivo destrutivo dos que garantem apoio.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências