No Paraguai, camponeses são privados de assistência médica

“O braço de Pablinho Rojas (camponês) necessita de atenção médica porque sua ferida se decompôs, pedidos já para as autoridades da prisão e não nos permitiram que os médicos entrem para revisar a situação”, disse o dirigente da FNC, Marcial Gómez.

Gómez afirmou que há duas semanas a FNC vem realizando o trâmite para que o camponês preso receba atenção médica, e já advertiu que se a denúncia pública não surtir efeito, a federação vai recorrer a uma manifestação em frente à penitenciária.

Junto com o camponês ferido no braço está seu companheiro de luta, Hermínio Enríquez com uma grave ferida no abdômen. Ambos foram feridos no dia 16 de novembro na colônia de Maracaná, no departamento de Canindeyú. Isso aconteceu porque eles se opuseram à fumigação de campos de soja onde o veneno afeta a saúde moradores das comunidades próximas, além de destruir os pequenos cultivos e matar os animais.

As fumigações violam totalmente as leis ambientais, que proíbem a pulverização a menos de 100 metros de qualquer região onde existam comunidades. Ainda estabelecem a obrigação de que os cultivos contem com barreiras vivas de proteção com pelo menos cinco metros de comprimento e dois de altura.

De acordo com o advogado Juan Martens, no caso de violação da lei ambiental, a pessoa que o fizer está sujeita a graves punições. Segundo ele, diante dessa fumigação ilegal a lei ampara os camponeses a ingressar e exigir a prisão dos responsáveis através da comissão de Delitos Contra a Saúde e o Ambiente.

Apesar disso, os proprietários dos campos de soja conseguiram custódia policial e fiscal para seguir violando a lei e praticando a fumigação ilegal.

Fonte: E'a