EUA: Aumento do salário mínimo deve ser plano eleitoral democrata

De acordo com o jornal estadunidense The New York Times, em artigo deste domingo (29), os líderes do desgastado Partido Democrata, já “com hematomas pelos meses de ataque contra o novo programa de saúde” impulsionado pelo governo, encontraram uma questão que acreditam poder aumentar a sua sorte tanto local quanto nacionalmente em 2014: um aumento do salário mínimo.

Estados Unidos salário mínimo - Andrew Burton/Getty Images

O esforço para aproveitar o aumento do populismo entre os eleitores nos dois partidos, o Democrata e o Republicado, está sendo coordenado por autoridades da Casa Branca, por sindicatos e pelos grupos liberais de defesa de direitos, explica o jornal.

Segundo o artigo, uma série de reuniões estratégicas entre eles definiu dois pontos: o esforço para o aumento do salário mínimo federal, que será impulsionado pelo presidente Barack Obama e por líderes no Congresso, e uma campanha para avançar propostas de um salário mínimo ao nível de Estado.

O montante atual é de US$ 7,25 por hora, mas pesquisas mostraram que o apoio ao aumento é generalizado entre eleitores tanto dos democratas quanto dos republicanos.

Por isso, o Partido Democrata vê nisso uma questão que colocará dificuldades para o Republicano e uma ferramenta com a qual “aumentar o eleitorado em uma eleição não presidencial, quando a participação das minorias e da juventude é geralmente mais baixa”, afirma o artigo do New York Times.

“Isso coloca os republicanos do lado errado de uma questão importante de valores quando se trata de justiça”, disse Dan Pfeiffer, conselheiro do presidente. Líderes republicanos alegam que um aumento dos salários atrasaria a recuperação econômica e indicaram, depois do discurso de Obama à nação, que não tinham intenção de levar a questão à votação na Câmara, que está sob o seu controle.

A proposta democrata é um aumento do salário mínimo federal para US$ 10,10 por hora até 2015. Obama planeja uma série de discursos por todo o país com o foco na melhoria dos salários para os trabalhadores, segundo fontes próximas ao presidente, citadas pelo New York Times.

Entretanto, alguns democratas “moderados” estão preocupados com a possibilidade de causar tensões com suas comunidades comerciantes, especialmente nos estados conservadores de Alaska e Arkansas, de acordo com o jornal.

O planejamento do Partido Democrata neste assunto foi impulsionado nas últimas semanas, tanto em resposta aos ataques contra a reforma da saúde, à qual os republicanos se opõem incisivamente, quanto pela aproximação das eleições legislativas de 2014.

Em novembro, a proposta de aumento a ser votada prevê o estabelecimento do salário mínimo em US$ 8,50 por hora. Entretanto, ressalva o artigo, para que isso se consolide como uma “estratégia eficaz” para os democratas contra os republicanos nas eleições, é preciso que os últimos se oponham à proposta, mas a história recente mostra que isso não é um fato dado.

Em alguns estados, deputados republicanos dizem apoiá-la, e em anos anteriores, outros afirmaram que o problema político ocasionado pela oposição à medida "não vale a pena".

Com informações do New York Times,
Da redação do Vermelho