Agência da ONU lança informe sobre aumento da temperatura global
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou nesta terça-feira (5) a edição 2013 do Relatório sobre a Lacuna de Emissões, estudo que analisa a real possibilidade do aumento da temperatura global ser menor ou igual a 2°C até o ano de 2100.
Publicado 06/11/2013 10:55
A projeção é realizada com base nas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) assumidas por países para serem implementadas até 2020, e o quanto todos deveriam reduzir para que a temperatura global não ultrapasse os 2°C. A lacuna do título do relatório representa a diferença entre as projeções.
O relatório é coordenado pelo PNUMA, com participação de 77 cientistas de todo o mundo. A principal conclusão do estudo é que, ainda que as nações cumpram os seus atuais compromissos climáticos, as emissões de gases de efeito de estufa em 2020 deverão provavelmente ser de 8 a 12 gigatoneladas de CO2 equivalente (GtC02e) acima dos valores projetados para manter o limite de 2°C. O CO2 equivalente (CO2e) equipara todos os gases estufa ao potencial de aquecimento do CO2, o gás mais liberado.
Para manter o rumo em direção à meta dos 2°C, o relatório afirma que as emissões devem atingir um máximo de 44 GtC02e em 2020, e preparar o terreno para futuros cortes para 40 GtC02e em 2025; 35 GtC02e em 2030; e 22 GtC02e em 2050.
Além disso, o documento ressalta que as metas baseiam-se em cenários de ação que tiveram início em 2010, e conclui que está cada vez mais difícil cumprir os objetivos propostos na época.
“Como destaca o relatório, o atraso na implementação de medidas implica em mais mudanças climáticas em curto prazo e a possibilidade de mais impactos climáticos, bem como o uso contínuo de tecnologias de alta emissão de carbono e intensivo consumo de energia”, afirmou Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do PNUMA.
“Contudo, o passo decisivo constituído pela meta para 2020 ainda pode ser alcançado com o reforço dos atuais compromissos e da criação de novas medidas, incluindo a ampliação de iniciativas de cooperação internacional em áreas como a eficiência energética, a reforma dos subsídios aos combustíveis fósseis e as energias renováveis. A agricultura pode contribuir, já que as emissões diretas desse setor são responsáveis por 11% do total global de gases de efeito de estufa”, acrescentou.
Fonte: Centro de Informações da ONU