Publicado 05/10/2013 11:03 | Editado 04/03/2020 16:27
Vivenciamos mais um Outubro Rosa e com ele promessas de um futuro melhor para nossas mulheres. Um futuro no qual cada vez mais seja diagnosticado precocemente o câncer de mama e, com isso, seja realizado um numero cada vez menor de mastectomias, preservando a estética feminina; obtendo-se a cura num universo cada vez maior. Mas o que impede essa realidade?
Falamos de um tumor que só este ano incidirá em 52 mil novas mulheres no Brasil e 1.800 no Ceará. Um problema mundial de saúde pública e que acarreta ainda alta morbidade e letalidade. Apresenta-se ainda em nossa região como tumor localmente avançado e que requer mastectomia associado a quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia; envolvendo sofrimento por parte da paciente devido a efeitos colaterais e altos custos para o SUS.
Para um futuro não tão distante de cirurgia conservadora de mama com altos índices de cura para o tumor, devemos investir cada vez mais no diagnóstico precoce desta neoplasia.
E isto é feito com informação de que toda mulher deve realizar exame de mamografia uma vez ao ano, mesmo que não sinta nada, a partir dos 40 anos, garantir um acesso imediato da paciente com exames suspeitos (birads 5 e 6) ao exame de biopsia guiada por ultrassom ou mamografia, encaminhamento facilitado a um centro de referência no tratamento sem esperas em filas e oferecer cada vez mais técnicas de cirurgia conservadora (oncoplástica) para uma reconstrução imediata quando recomendado.
Os grandes desafios que ainda enfrentamos são: os exames ainda não são solicitados como deveriam ser, quando solicitados muitas pacientes não realizam por medo e/ou desinformação, exames alterados requerem biopsia guiada ainda não disponíveis em quantidade adequada na rede pública e falta de estrutura para diagnóstico e tratamento fora da área metropolitana de Fortaleza.
Para corrigir estas deficiências, é necessário treinar rotineiramente os profissionais de saúde para solicitar e interpretar adequadamente o exame, aumentar a oferta de exames de biopsia com a rede credenciada, estruturar polos no interior do Estado (Sobral e Juazeiro) para descentralização das ações e campanhas de esclarecimento da população em parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia, que, neste ano, em parceria com a Prefeitura de Fortaleza, realizará o treinamento de 600 agentes comunitários de saúde a fim de que, ao visitarem as moradias, ofereçam a informação que a mamografia deve ser realizada para o diagnóstico precoce e cura do câncer de mama.
*Antônio de Pádua é Mastologista no Hospital Haroldo Juaçaba (ICC) e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Ceará
Fonte: O Povo
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