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Vital Nolasco: Avançar na luta

Parte 2
Temos que tirar os ensinamentos, corrigir debilidades e procurar avançar.
Por Vital Nolasco*

O Partido apesar de participar dos governos Lula e Dilma não teve um postura seguidista, manteve sua identidade se pautando pela defesa da nação, da democracia e dos trabalhadores. Em vários momentos manifestamos nossos pontos de vista discordantes, escolhendo as formas de manifestar nossas opiniões. Exemplo foi pela ocasião da fundação da CTB. Deixamos explicito de que éramos favoráveis a CTB, pois pretendíamos alicerçar a unidade dos trabalhadores, manter sua independência do governo. Em outra oportunidade criamos o Bloco de Esquerda, sem a participação do PT.

Tem sido inestimável a contribuição do Partido na Luta teórica, e tem ajudado a desenvolver a teoria revolucionária e no debate de ideais. Nossas publicações, a revista Princípios, o jornal A CIasse Operária são editados regularmente. A publicação de livros e biografias tem sido de grande valia. Outro instrumento importantíssimo é o Portal Vermelho. Os encontros e seminários promovidos Pela fundação. A Escola do Partido que busca formar militantes e quadros. Destaco ainda o documento sobre os noventas anos, que faz um balanço da luta do Partido em busca das transformações evolucionárias.

Realizamos as conferências sobre mulheres, sobre o meio ambiente e dos trabalhadores.

Destaque tem o Partido na participação da luta de massas. A fundação e consolidação da CTB que teve o apoio do Partido se constituem num instrumento valioso na luta dos trabalhadores e para forjar sua unidade. A luta da juventude encabeçada pela UNE na UJS que conquistou uma grande vitória com a destinação dos 10% dos royalties do Pré-sal para a educação.

Avanços também em nossa participação e formulação na luta anti-racismo. Bem como na luta das mulheres e do movimento popular. Temos cumprido a exigência legal de destinar 5% do fundo partidário para capacitação das mulheres.

As Teses fazem um exame minucioso sobre a trajetória dos governos lula e Dilma, das dificuldades em enfrentar o neoliberalismo e a herança maldita de FHC.

Mas devido ao desenvolvimento desigual do capitalismo, o Brasil pode aproveitar a oportunidade para dar um salto no seu desenvolvimento. O País avançou muito, houve uma acentuada melhora na distribuição de renda, grandes parcelas da sociedade deixaram a linha da pobreza. Grande parcela de jovens pôde ter acesso à universidade. Outra parcela da população está tendo acesso à moradia, com o programa minha casa minha vida. O País vive numa quadra democrática. Os movimentos sociais deixaram de ser considerados casos de policia. O aumento real do salário mínimo tem contribuído para melhor distribuição de renda. Outro programa importante é a Bolsa família. Também a extensão dos direitos trabalhistas ás empregadas domesticas é uma grande conquista. Tudo isto tem que ser valorizado.

Apesar dos avanços, persiste ainda um quadro de grandes desigualdades sociais, a crise na saúde na mobilidade urbana, e em outras áreas fundamentais são o exemplo de quanto é necessário ainda a ser feito. Esta parcela da população que atingiu um novo patamar quer e necessita de mais. Brasil ainda é um dos países mais desigual do mundo, apesar das manifestações de junho terem tido a presenças maciças da classe media alta que quer manter seus privilégios, devido a este quadro grande parcela do povo se sensibilizou.

Contamos ainda com um judiciário autocrático e elitista. O monopólio dos meios de comunicação impede que tenhamos uma imprensa livre e democrática, e o que prevalece é a opinião dos grandes grupos econômicos.

Sem duvida temos erros e debilidades para corrigir. Temos ainda muito a aprimorar, se assim não fosse seriamos uma seita. Ao corrigir debilidades vamos criando as condições para obter maiores avanços.

*Vital Nolasco é Membro do comitê central do PCdoB.