PCdoB municipal de São Paulo elege nova direção
O auditório da Universidade Paulista (Unip) amanheceu mais vermelho neste domingo. A Conferência Municipal do PCdoB de São Paulo (SP) discutiu, neste domingo (29), no auditório da Unip Vergueiro, as Teses ao 13º Congresso do Partido Comunista do Brasil. O debate teve como ponto de partida uma exposição do secretário nacional de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino.
Por Laís Gouveia, André Cintra e Thiago Cassis
Publicado 30/09/2013 09:25 | Editado 04/03/2020 17:16
Jamil Murad, presidente do comitê municipal do partido, abriu os trabalhos citando a importância do fórum e imediatamente passou a palavra para o secretario nacional de organização, Walter Sorrentino, que durante 40 minutos discorreu sobre as principais pautas apresentadas nas teses do partido.
Sobre o legado dos últimos anos de governos progressistas, tema central no debate das teses, Murad afirmou que "o PC do B é o partido que melhor interpreta esses 10 anos. Com seus avanços, limites e obstáculos. Por isso uma avaliação clara sobre tal legado, somada a intensa mobilização social, é de fundamental importância para a conquista das reformas estruturantes e com isso alcançarmos um país mais justo."
O dirigente comunista também citou temas atuais como os trazidos a tona pelas manifestações de Junho “Deve-se tornar a voz do povo uma alavanca para promover as mudanças que o país necessita”.
Nova arrancada para avançar o Brasil
Segundo Walter Sorrentino, a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República, em janeiro de 2003, viabilizou as condições para um “novo ciclo político” no País, que abandonou o modelo neoliberal das eras Collor e FHC. Assim, depois de oito anos de governo Lula, sobreveio uma gestão de continuidade, liderada desde 2011 pela presidenta Dilma Rousseff.
“É um momento inédito em nossa História, marcado por dez, 11 anos de governos populares e progressistas. O PCdoB aponta para um balanço positivo desse período, graças, sobretudo, aos avanços democráticos e sociais”, afirmou Sorrentino.
As Teses ao 13º Congresso classificam a ascensão do governo Lula como “o início de uma longa transição – da herança maldita ao Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”. Essa transição, de acordo com Sorrentino, só pode ser acelerada se o governo Dilma tiver ousadia para uma “nova arrancada”.
“Muito vale o que já foi realizado, mas as grandes manifestações de junho foram um sinal de alerta. É preciso promover rupturas mais elevadas – dar uma nova arrancada, rumo a outro estágio de civilização. Esse sentimento certamente já se expressará nas eleições de 2014”, diz o secretário de Organização do PCdoB.
Para Sorrentino, o PCdoB está bem posicionado diante no cenário pós-manifestações. “As manifestações não tiveram sentido contrário ao nosso projeto. Aliás, fomos o primeiro partido a levantar a bandeira das reformas democráticas estruturantes para acelerar o desenvolvimento nacional”, lembrou o dirigente.
Antonio Miotto
Já em 2007, no início do segundo governo Lula, os comunistas lançaram um manifesto em defesa das reformas urbana, agrária, tributária, política, da educação e da mídia. Sorrentino frisou, porém, que esses processos precisam ter “caráter avançado”. É o caso da reforma política – uma das reivindicações centrais das manifestações de junho. “Não pode ser uma reforma qualquer, muito menos essa minirreforma eleitoral que está em pauta. Precisamos de uma reforma política que seja ampla e democrática.”
Na opinião de Sorrentino, um dos trunfos do País é a postura de Dilma. “Houve protestos não apenas no Brasil – mas também nos Estados Unidos, na Europa, no norte da África. Em nenhum outro lugar do mundo, diante da nova realidade, uma liderança como a presidente foi à TV e disse: ‘Quero ouvir a voz das ruas’.”
O PCdoB – que integra o governo desde o começo do ciclo progressista – também é chamado a responder aos novos desafios. “Precisamos ter sempre claro o que é um Partido Comunista, para o que ele serve, por que luta. Passados estes dez anos, o PCdoB sabe que tem lado e está bem definido, mais forte, mais participante. Vamos fazer em novembro um grande Congresso”, declarou Sorrentino.
Com o lema “Avançar nas Mudanças”, o 13º Congresso do PCdoB foi convocado pelo Comitê Central para os dias 13 a 16 de novembro, no Anhembi, em São Paulo. Até lá, os comunistas da maior cidade do País participarão, ainda, da 16ª Conferência Estadual, também em São Paulo, em 12 e 13 de outubro.
A conferência aprovou ainda que o secretariado cessante conduzirá os trabalhos do comitê paulistano até a primeira reunião de sua direção plena, em que será eleito o presidente, o secretariado e a comissão política que conduzirá os trabalhos do partido nos próximos dois anos.
Participaram de todo processo 5.123 filiados, organizados em 268 assembleias de base e, consequentemente, 14 distritais e sete organismos especiais de categoria ou de outros segmentos, como saúde e cultura.
Direção eleita do PCdoB de São Paulo:
Antonio Miotto
Alcides Amazonas
Ana Flávia Marques
Andrea Barcelos
Andreia Nascimento
Antônio Donizetti
Antônio Pedro
Camilla Lima
Cláudio Cobos
Denis Veiga
Edenilda Neves
Edimar (Thobias da Vai-Vai)
Edmar Norberto (Perninha)
Edmundo Fontes
Evandro Colasso
Fernando Henrique Borgonovi
Gregório Poço
Ismael Cardoso
Ivan Lima
Jairo José
Jamil Murad
Jeosafá Fernandes
Josafá Caldas
José Carlos Negrão
José Carlos Tisiu
José de Paula Neto
Joselito de Souza
Julio Vellozo
Marcia Viotto
Marco Aurélio
Mari Medeiros
Maria Cícera
Márvia Scardua
Maura Augusta
Moacir Gonçalves
Nádia Campeão
Osvaldo Lemos
Osvaldo Napoleão
Railidia Carvalho
Ricardo Peixe
Rodrigo Kobóre
Rosilda Lopes
Rovilson Portela
Sebastião da Cruz
Sheila Maria
Simone Nascimento
Sula Santos
Valéria Leão
Vandré Fernandes
Vital Nolasco
Wagner de Almeida
Wander Geraldo