Brasileiros aproveitam feriado para se manifestar em todo o país
O feriado nacional de 7 de setembro conta com manifestações em todo o país. Devido ao risco de confrontos, algumas cidades cancelaram os eventos cívicos e outras reforçaram o policiamento. Como medida de segurança, considerada polêmica e criticada nas redes sociais , a Justiça de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Distrito Federal autorizaram a polícia a exigir que os manifestantes que estivessem usando máscaras se identificassem. Há vários registros de pessoas detidas.
Publicado 07/09/2013 15:27
Como contraponto ao grito da independência, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o apoio de diversos movimentos sociais do país realiza o Grito dos Excluídos, mobilização com objetivo de protestar contra a desigualdade, o desemprego, a fome, e propor meios alternativos ao modelo econômico e social atual. Este ano, o lema é “Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular”.
Confira como estão as manifestações pelo país:
Brasília
Na Capital Federal, manifestantes protestaram diante da Esplanada dos Ministérios e um grupo protestou diante da Rede Globo. De acordo com a Polícia Militar (PM) do Distrito Federal, pelo menos 3 mil pessoas participam dos protestos nesta manhã de sábado (7). De acordo com os manifestantes, policiais utilizaram de força excessiva para liberar as vias ocupadas. Várias pessoas ficaram feridas, entre elas, uma mulher grávida de quatro meses, que avalia o risco de interrupção da gravidez.
“Nós já estávamos no canteiro, saindo da pista, e a PM chegou. Eles não conversaram em nenhum momento, chegaram batendo e prendendo as pessoas”, disse à Agência Brasil Edson Silva, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). “Não acreditei no tanto de policial que chegou, parecia uma zona de guerra para prender famílias, trabalhadores”.
Rio de Janeiro
Na capital fluminense, as manifestações começaram a partir das 7 da manhã, quando diversas pessoas se concentraram no centro, onde ocorreu o desfile militar do Dia da Independência. O clima das manifestações foi de tensão. Mais de 30 manifestantes já foram detidos, entre eles um jornalista. Uma manifestante chegou a ser atingida por um cassetete e um grupo de pessoas foi contido com o uso de gás lacrimogêneo. O fotógrafo do jornal O Estado de São Paulo Marcos de Paula foi ferido por uma bomba jogada pela Polícia Militar contra os manifestantes que estavam na frente do Batalhão da PM na Praça Tiradentes.
São Paulo
Cerca de 20 mil pessoas assistiram ao desfile cívico e militar no Sambódromo do Anhembi. Apesar do reforço na segurança, não foram registradas manifestações nos arredores. A apresentação contou com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do prefeito Fernando Haddad (PT). O deputado estadual major Olimpio (PDT), provável candidato ao governo do Estado, aproveitou o desfile de para fazer um protesto contra o atual governador Geraldo Alckmin (PSDB). O deputado se posicionou na arquibancada em frente ao palanque das autoridades e gritou palavras de ordem: "Cadê o dinheiro do Metrô? Cadê o dinheiro da polícia? Vergonha, Alckmin."
Porto Alegre
Em Porto Alegre, o desfile de 7 de Setembro foi marcado por manifestações. Por volta das 11h, um grupo de pessoas usando máscaras foi cercado por barreiras policiais que faziam um cordão de isolamento na zona central da cidade. Manifestantes peden o fim da militarização da Polícia Militar.
Pernambuco
Após o desfile, cerca de 50 manifestantes se reuniram próximo ao palanque, onde se encontravam o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), para fazerem uma série de reivindicações; os manifestantes foram dispersados pela Polícia militar rapidamente, após tentarem atear fogo em gravetos para chamar a atenção.
Belo Horizonte
O movimento Grito dos Excluídos percorreu as ruas da cidade. Também na capital mineira, os estudantes de colégios militares foram dispensados de participar do desfile cívico devido à possibilidade de confrontos durante as manifestações. Um grupo ligado a memória da ditadura militar, estendeu faixas durante o desfile militar levantando a memória dos torturados e desaparecidos nesse período. De acordo com a Mídia Ninja, dezenas de pessoas foram presas.
Rio Grande do Norte
A governadora Rosalba Ciarlini não compareceu ao desfile cívico para evitar um confronto direto com os manifestantes. O secretário de Segurança Pública, Aldair da Rocha, representou o governo do estado.
Fortaleza
Trinta pessoas que participavam de manifestações da cidade foram encaminhadas a uma delegacia da Polícia Civil porque estavam usando máscaras, capuzes e lenços que impediam a visão do rosto
Maceió
Uma confusão marcou o desfile de 7 de setembro. Durante a apresentação, manifestantes tomaram a avenida, o que atrapalhou o trajeto.
Belém
Segundo protestantes e a Defensoria Pública presente, até o momento, 25 pessoas foram detidas e duas presas por pertubação de ordem pública.
Goiânia
Cerca de 300 pessoas se reuniram no centro da cidade. Os policiais impediram que pessoas mascaradas participassem das manifestações.
São Luís
Aproximadamente 8 mil pessoas assistiram ao desfile de 7 de Setembro . De acordo com a Polícia Militar (PM), o número foi bastante reduzido em comparação ao ano passado quando mais de 15 mil pessoas assistiram às comemorações.
Da Redação do Vermelho,
com informações da Agência Brasil e da Mídia Ninja