BA: Assembleia promove sessão especial em solidariedade a Cuba

A sessão foi iniciada ao som da cantora argentina Mercedes Sosa, que pediu o fim do embargo econômico ao governo de Havana, a libertação dos cincos prisioneiros cubanos nos Estados Unidos e o fechamento da prisão de Guantánamo em território cubano.

Lotado, o plenário contou com representações laborais da Venezuela, Uruguai, Peru, Colômbia, Espanha e Cuba, além de uma gama de entidades de classe e do movimento social. A solidariedade transformou-se numa exaltação ao Programa Mais Médicos, do governo federal.

O deputado Álvaro Gomes abriu o discurso com o pedido de aplausos aos médicos cubanos, e que a solidariedade se estendesse ao povo sírio, frisando ser inaceitável a invasão do país do Oriente Médio. Ele registrou o centenário de nascimento do jornalista Joaquim Câmara Ferreira (1903-1970), morto nos porões da ditadura militar no Brasil, que junto a Carlos Marighella fundou o Movimento ALN – Aliança Libertadora Nacional.

Álvaro disse que falar de Cuba é falar de justiça e reiterou sua convicção na manutenção dos princípios do regime do governo Raul Castro. Ele ressaltou as contradições dos governos de Havana e Washington. “De um lado está a dignidade, a solidariedade, a ciência; do outro a imponência predadora que aniquila vidas no mundo inteiro”. O parlamentar também citou a extensão das missões humanitárias cubanas no mundo, desde a sua primeira experiência, em 1963, na Argélia.

Valorização

A deputada Luiza Maia, emocionada, classificou de oportuna a sessão, tendo vista a polêmica no país acerca do Programa Mais Médicos. Chamou de inaceitáveis as inverdades da imprensa sobre Cuba e reafirmou a soberania do governo da ilha. Ela elogiou a organização e a consciência política do povo cubano, “país que produz e distribui a sua riqueza de forma diferente dos demais”. Para Luiza, características alicerçadas na valorização do ser humano, na dignidade e na formação do homem.

A parlamentar disse admirar Cuba, repudiou o embargo econômico dos EUA e pediu o fim da Base de Guantánamo, que comparou às piores prisões nazistas da 2ª guerra. Luiza Maia sugeriu também a instalação de um comitê baiano pela libertação dos cinco prisioneiros cubanos nos EUA. Com voz embargada e olhos marejados, pediu desculpas aos profissionais cubanos do Mais Médicos pelas hostilidades sofridas no Brasil: “Eles não representam o povo brasileiro. Cuba é o país mais solidário do mundo”, finalizou.

Mais Médicos

Lúcia Maia, da Federação Latinoamericana e Caribenha dos Trabalhadores da Indústria da Madeira e Construção, citou o desenvolvimento científico e social da ilha, e fez coro à luta pelo fim do embargo, a soltura dos prisioneiros cubanos e o fechamento de Guantánamo, que classificou de afronta aos direitos humanos. A sindicalista ainda elogiou a presidenta Dilma Rousseff pelo Programa Mais Médicos

Ex-presidente da União das Prefeituras da Bahia (UPB), Luiz Caetano salientou a importância do Mais Médicos para os municípios brasileiros. Destacou a resistência do povo da ilha e o valor político e histórico da revolução comandada por Fidel Castro. “Graças a Cuba, a esquerda da América Latina se fortaleceu. Nossa geração aprendeu muito com Cuba, sempre foi um exemplo”, confessou.

Integrante do Programa Mais Médicos, do governo federal, o médico cubano Luiz Wong agradeceu a solidariedade ao seu país, e o amor dos baianos a seus conterrâneos. Observou que os profissionais cubanos do Mais Médicos não se faziam presentes à sessão devido à realização de curso de capacitação do idioma português, para melhorar a comunicação com os brasileiros. “Não se pode bloquear a esperança e o amor pelos baianos”, declarou-se Wong.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Com informações da Ascom Álvaro Gomes