ONU  faz alerta sobre violência contra índigenas na Venezuela

O Comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Discriminação Racial cobrou do governo da Venezuela que investigue e puna os responsáveis por agressões às etnias Ianomâmi e Yukpa. Para as Nações Unidas, as denúncias de violência contra os indígenas são muito graves. O comitê se diz preocupado com a ação dos mineiros que atuam ilegalmente nas áreas ocupadas pelos índios.

ONU alerta Venezuela sobre violência contra Yanomami e Yukpa - AFP/Getty Images

Segundo a ONU, os atos de violência na Serra do Perijá são consequência da falta de demarcação da terra. Assim mesmo, a organização destacou os esforços do governo da Venezuela para garantir a plena participação dos povos indígenas, reconhecendo o direito de serem consultados.

Os Ianomâmis vivem na região sul da Venezuela e, no Brasil, nos estados de Roraima e do Amazonas. Os Yukpas são ameríndios que vivem na região de Perijá, nas fronteiras da Colômbia e Venezuela.

Para o comitê da ONU, são "muito graves" os confrontos entre os yanomamis e os ocupantes ilegais da Serra de Perijá.

Assassinato do cacique Sabino Romero

Em março deste ano, o cacique Sabino Romero e a família foram assassinados na Serra do Perijá. Recentemente, depois de uma investigação do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), foi capturado Ángel Romero Bracho, o suposto autor do homicídio.

Segundo o ministro de Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Miguel Rodríguez Torres, “presume-se que a ordem tenha vindo de um fazendeiro, que segundo informações apuradas, ofereceu 400 mil bolívares pelo assassinato do cacique”.

Falsas denúncias de violência

Em 2012, algumas denúncias sobre um suposto “massacre” de indígenas na região foram publicadas por jornais venezuelanos. No entanto, após uma intensa verificação do governo do país não foram encontrados “nenhum rastro, tampouco testemunhos, do massacre”.

Na época, o então presidente Hugo Chávez disse que alguns meios apostavam em danificar sua gestão, ainda que não houvesse provas. “Nos metemos em todos os lados buscando a verdade”, disse ele que afirmou também que tivesse encontrado evidências do massacre, o governo atuaria em consequência.

“Nunca, governo algum neste país, em quase 200 anos de história, tratou com tanto amor, respeito e dignidade os povos indígenas que são parte do nosso povo”, declarou Chávez.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências de notícias