Santos militariza a Colômbia contra camponeses em greve

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, advertiu nesta sexta-feira (30), que está disposto a militarizar as principais cidades do país para evitar novos episódios de violência no marco da greve agrária, que cumpre quase duas semanas.

Santos militariza a Colômbia contra camponeses em greve - InfoSur

Em um discurso transmitido em rede nacional às 7h (horário local), Santos também informou que havia ordenado o retorno à Bogotá dos funcionários que negociam com líderes camponeses. Ele pediu ainda que os negociadores "deixem suas propostas sobre a mesa".
A intervenção do mandatário colombiano se produziu um dia depois que uma marcha de apoio à paralisação, convocada na capital do país, derivara em episódios violentos que resultaram dois mortos e cerca de 150 pessoas feridas.

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“Apoiamos a determinação do prefeito de Bogotá e de outros mandatários locais de declarar o toque de recolher em algumas zonas da cidade ou de seus municípios para garantir a ordem”, disse Santos.

“Ontem (29) mesmo, ordenei a militarização de Bogotá e assim farei a partir de hoje em qualquer município e em qualquer zona onde seja necessária a presença dos nossos soldados”, agregou o presidente colombiano.

50 mil soldados

Santos também ordenou a mobilização de 50 mil soldados para “solucionar” os problemas de mobilidade nas estradas do país e disse que os aviões da força aérea ajudariam a garantir o abastecimento das cidades.

“Se realizarão caravanas escoltadas pelas forças públicas para facilitar o ingresso e a saída de produtos dos centros urbanos”, afirmou.

O bloqueio de rotas tem sido uma das constantes da greve agrária, que começou no dia 19 de agosto.

Em sua intervenção, o presidente colombiano ofereceu também recompensas para as pessoas que ajudarem a identificar os ‘agentes da violência’ e também as pessoas que, segundo ele, estão pressionando os camponeses para que participem dos piquetes.

“Não tenho dúvida de que há pessoas ou grupos que estão interessados que não se chegue a nenhum acordo”, agregou o mandatário, que insistiu dizendo que seu governo se mantinha disposto a negociar “com os verdadeiros camponeses”.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências de notícias