“O DOI-Codi é tão distante da embaixada como é o céu do inferno”
A presidenta Dilma criticou a operação que trouxe para o Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina. Ela negou que as condições em que o senador estava abrigado na Embaixada do Brasil em La Paz fossem precárias. “Eu sei o que é o DOI-Codi e asseguro a vocês: é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira em La Paz como é distante o céu do inferno.”
Publicado 27/08/2013 14:48
Ao deixar a sessão solene em que recebeu o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, a presidenta Dilma Rousseff respondeu a comparação que teria sido feita pelo encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em La Paz, na Bolívia, Eduardo Saboia, de que a situação do senador boliviano Róger Pinto Molina na embaixada era semelhante a de um preso no DOI-Codi, órgão de repressão da ditadura militar no Brasil.
“A embaixada do Brasil é extremamente confortável. Eu estive no DOI-Codi e asseguro a vocês que é tão distante da embaixada brasileira em La Paz, como é distante o céu do inferno", afirmou a presidenta.
Segundo Dilma Rousseff, “um país civilizado e democrático protege seus asilados, sobre os quais ele tem de garantir, sobretudo, a segurança em relação à integridade física. O Brasil jamais poderia colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sobre sua guarda. Nós negociamos em vários momentos o salvo-conduto e não conseguimos”, disse Dilma.
Molina é um dos principais parlamentares de oposição ao governo do presidente boliviano, Evo Morales. Alegando perseguição política, ele vivia na embaixada brasileira na Bolívia, desde junho de 2012, em condição de asilado. O governo boliviano diz que o asilo foi pedido para evitar um processo na Justiça.
Para deixar a Bolívia, Morales precisava conceder um salvo-conduto (permissão que garantiria sua movimentação pelo território com a segurança de não ser preso). Molina, no entanto, deixou a Bolívia sem esse documento num carro da embaixada brasileira.
A retirada de Molina provocou a saída de Antonio Patriota do Ministério das Relações Exteriores e sua substituição pelo embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Nelson Pellegrino (PT-BA), disse hoje que vai convidar o novo ministro para falar sobre o caso do senador boliviano.
Da Redação
Com informações da Agência Brasil