Ato de abertura do Congresso da CTB aborda trabalho no campo

Com o lema “Avançar nas mudanças com valorização do trabalho”, o 3º Congresso Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), não poderia deixar de enfatizar a reforma agrária como objetivo a ser conquistado pelos trabalhadores, logo em sua cerimônia de abertura, na quinta-feira (22), no Palácio de Convenções do Anhembi, na cidade de São Paulo.

Alberto Broch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), afirmou em seu discurso que “o momento é conveniente para avançarmos em consonância com as organizações. Esperamos que este 3º Congresso possa levantar o grande tema do desenvolvimento, da valorização do trabalho e que possa ser um grande elo da unidade da classe trabalhadora”.

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Broch deixou para a público, um recado em nome da Contag e dos trabalhadores rurais de todo o Brasil: “nós reconhecemos o avanço histórico do ultimo período, das reivindicações que aprofundam a questão dos trabalhadores e o debate da participação social – uma conquista histórica para o nosso país com a possibilidade das grandes reformas”. Ele defendeu ainda a necessidade de uma reforma tributária, uma reforma dos meios de comunicação e, claro, da reforma agrária.
 

Sobre isso, Gilmar Mauro, dirigente do Movimento dos Sem Terra (MST), disse que o “debate sobre a reforma agrária tem que chegar a toda a sociedade, porque é um assunto do povo brasileiro e de todos aqueles que querem um país melhor”.

Para ele, “temos que fazer um grande debate com a sociedade para discutir pelo menos três questões: que uso nós queremos dar ao solo, à água, aos minerais e à biodiversidade?; que tipo de comida a humanidade quer comer?; que tipo de paradigma tecnológico nós queremos usar na agricultura?”.

Mauro ressaltou ainda que não quer uma volta ao passado, mas sim “uma tecnologia que diminua a ‘penosidade’ do trabalho agrícola, para que o homem possa ter tempo livre para estudar e enriquecer a sua subjetividade”.

Ele lembrou os presentes que “não é o governo que faz obras estruturais, que constrói pontes, quem produz tudo nesse país e no mundo é o operário, o trabalhador. O mesmo que paga as contas”.

Participação internacional

A delegação internacional presente na cerimônia de abertura contou com representantes de Portugal, Espanha, Grécia, Chipre, França, Polônia, Angola, congo, Nigéria, África do Sul, Japão, Cuba, Uruguai, Argentina, Guatemala, Equador, Panamá, Bolívia, México, Nicarágua, Venezuela, EUA , El Salvador, entre outros.

O grego George Mavrikos, secretário-geral da Federação Sindical Mundial, entidade a que a CTB é filiada, disse ser uma honra para a FSM participar do 3º Congresso da CTB. “O papel que a CTB desempenha não é relevante apenas no Brasil, mas em todo o mundo”, disse, para depois destacar que “a crise é um momento para repensarmos o papel do movimento sindical, sindical para definirmos os rumos que garantam o futuro da classe trabalhadora”.

“A profunda crise pela qual passa o capitalismo internacional gera problemas para todos os trabalhadores e são problemas gravíssimos. Afetam diretamente a classe trabalhadora porque gera impactos no nível de desemprego, nas conquistas e avanços dos trabalhadores ao longo desses anos”, disse Mavrikos, que fez questão de ressaltar a importância da unidade dos movimentos sindicais no mundo.