Marco Aurélio Mello: Comunicações, qual o caminho a seguir?
O Cadu chamou a atenção para esta pesquisa (Pesquisa da Fundação Perseu Abramo*, veja aqui)
Depois de ler o resultado, reflito:
Por Marco Aurélio Mello**
Publicado 19/08/2013 13:09
1. Que jornalões, que nada. Segundo a pesquisa, a primeira fonte de informação para 46,2% dos entrevistados são os jornais locais.
2. As editorias de Brasil e Internacional dos jornalões estão com os dias contados, porque a internet é hoje a fonte mais habitualmente para informações sobre o Brasil e o mundo.
3. Para um terço de todos os entrevistados (35%) a imprensa atende exclusivamente aos interesses do dono e para outro terço (32%) o interesse dos mais ricos. Onde fica a credibilidade? No lixo. Por isso, "jornalixo".
4. Constatação escandalosa: Sete em cada dez pessoas não sabem que canais de televisão são concessões públicas (talvez por isso é que parte considere a regulamentação como forma de censura).
5. Quase a metade dos entrevistados não sabe o quanto a mídia é concentrada e oligopolizada. Por isso eles fazem o que querem, não é mesmo dona Helena Chagas?
6. Sete em cada dez brasileiros acreditam que deveria haver melhor regulamentação da programação e para quase a metade (46%) há que haver algum tipo de controle social, para impedir abusos. É este debate que o Governo tinha que pautar nas ruas.
7. 61% não querem mulher-objeto no ar e 54% não querem minorias humilhadas e maltratadas. Por isso, quase dois terços de todo público da TV não se vê retratado nela.
8. Outro dado curioso é que o Facebook se transformou na maior ferramenta para se espalhar um boato.
9. Conclusão: as pessoas querem mudanças nas comunicações e a hora parece ser essa, dona Dilma!
*Fundação Perseu Abramo/Universidade de São Paulo (USP). Metodologia: 2400 entrevistas, sendo 344 na zona rural. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
**Marco Aurélio Mello é blogueiro.
Fonte: Blog DoLaDoDeLá