Paraguai realiza audiência decisiva sobre despejo em Curuguaty

Uma audiência judicial decisiva sobre o sangrento despejo dos camponeses de Curuguaty, Paraguai, foi restabelecida nesta terça-feira (30), na capital Asunción, com denúncias da defesa por ocultação de provas e bloqueio das vias por familiares de falecidos e detidos.

Curuguaty - Jan Rocha

A juíza especial Rosa Ríos dirige o processo contra 15 campesinos presos há mais de um ano, após a morte de 11 dos camponeses e de seis policiais, durante o violento despejo em junho de 2012, e deverá decidir por sua liberação ou o encaminhamento a um julgamento oral e público.

A defesa pediu nulidade do processo por 11 irregularidades, nas quais incorreu a promotoria durante a etapa preparatória da investigação, ao que respondeu negativamente o promotor Jalil Rachid, impugnado sem êxito por vínculos com latifundiários da zona.

Os advogados defensores denunciaram a ocultação de provas por parte do governo, pois, pela segunda vez, familiares dos presos foram ao escritório de Registros Públicos pedindo documentos sobre a titularidade da fazendo onde ocorreram os eventos.

A intenção é provar que as terras pertencem ao Estado, o que deixaria sem efeito as acusações de invasão da propriedade privada contra os camponeses, feitas pelo promotor, mas o acesso aos documentos foi negado, pelo que os camponeses decidiram permanecer no local como forma de protesto.
Paralelamente, outro grupo de membros de organizações sociais e de solidariedade continua diante do Tribunal Supremo, sede da audiência, reclamando a libertação dos presos.

O protesto iniciou-se nesta manhã, em estradas e ruas próximas a Curuguaty, a 240 quilômetros da capital, igualmente em demanda à juíza Ríos para ditar a liberdade imediata dos presos com base na fragilidade das provas fiscais.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho