Síria condena política de Israel de ocupar terras árabes

 O representante permanente sírio perante a ONU, Bashar Jaafari, afirmou que a ocupação por Tel Aviv de territórios árabes e suas nefastas consequências para a segurança e estabilidade regional, atingiram limites perigosos. Meios de imprensa sírios destacam hoje (24) a condenação feita perante a ONU ao que chamou de incapacidade da comunidade internacional para obrigar Israel a encerrar a ocupação de terras árabes.

Bashar Jaafari

Ao intervir ontem em uma sessão pública do Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio, Jaafari criticou que alguns governos intercalassem no evento temas como a situação interna na Síria, Egito e Líbano, ao mesmo tempo em que omitiam qualquer à discussão sobre a essência das ocupações israelenses e a solução do conflito com os palestinos.

O diplomata revelou estar surpreendido pela omissão do secretário geral Ban Ki-moon ao caracterizar o status jurídico adotado nas Nações Unidas para o Golã sírio ocupado, ao referir-se apenas ao "Golã".

Ban Ki-moon também não se referiu à necessidade do fim da ocupação israelense desse território nem à estreita cooperação entre Tel Aviv e os grupos mercenários que lutam para derrubar o governo sírio e atuam na zona da Força das Nações Unidas de Observação da Separação (Undof), lamentou Jaafari.

O representante sírio esclareceu que tal situação constitui uma flagrante violação do acordo de 1974 relativo e à vigilância do cessar fogo entre ambos as países, e também coloca em perigo e socava o trabalho dos "capacetes azuis" da ONU que ali operam para manter a paz, alguns deles sequestrados pelos grupos armados há semanas.

Israel ocupou em 1967 cerca de 1.200 quilômetros quadrados do território sul da Síria, ocupação que mantém pela força, contra a vontade síria, que reivindica sua devolução. O embaixador sírio alertou também que as autoridades de seu país dispõem de um volumoso relatório que prova o envolvimento dos governos do Catar, Arábia Saudita, Turquia "e alguns países ocidentais conhecidos", no armamento, financiamento, treinamento e cobertura mediática de grupos que fomentam o terrorismo contra Damasco.

Fonte: Prensa Latina